Na contramão dos interesses do governo do também peemedebista Michel Temer (SP), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) foi sondado pelo líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL) para ser o relator, na Casa, da PEC 287/2016, que trata da reforma da Previdência e está tramitando na Câmara dos Deputados. Requião é crítico feroz da proposta apresentada pelo governo federal e já disse que aceitará a missão, caso seja realmente o escolhido.
Requião confirmou o convite, feito por Renan na quarta-feira (22), quando estava na tribuna do plenário. Em seguida, ao discursar, partiu para o ataque: \”Depois de ler e reler as propostas da reforma da Previdência, originárias do governo, depois de ouvir desde conterrâneos no Paraná até qualificados especialistas no assunto, concluo que estamos diante de um dos maiores embustes da história brasileira. Mais do que isso estamos diante de uma das maiores crueldades que se ousou se perpetrar contra o nosso povo\”, afirmou.
Para o senador, citado pela Agência Estado, a proposta prejudica os cidadãos: \”O grande capital, os grupos financeiros, os especuladores jamais lutaram por uma Previdência Social justa e decente para o Brasil. Ao contrário, eles estão por trás das grandes pressões em favor da reforma apresentada por Henrique Meirelles e Michel Temer\”, disparou.
O peemedebista também afirmou que a reforma está baseada na falácia de a Previdência contributiva pública ser deficitária. “O que se pretende com a iniciativa Meirelles-Temer é abastardar a previdência contributiva pública, a previdência financiada pelos trabalhadores e pelos patrões a fim de piorá-la, degenerá-la para abrir espaço para a previdência privada, financiada apenas pelos trabalhadores\”, ressaltou.
Requião também usou o site do PMDB-PR para criticar a PEC 287, que chamou de “canalhice contra trabalhadores”.
Precipitação e equívoco – No último dia 15 de março, Renan Calheiros afirmou em Plenário que o governo federal “já inviabilizou” a reforma da Previdência. Para ele, o governo Temer tem encaminhado “equivocadamente” iniciativas importantes ao Congresso. Outros senadores peemedebistas também questionaram a viabilidade do texto.
Na ocasião, Renan apontou que o governo age “precipitadamente” e “cria dificuldades” ao conduzir as suas principais reformas, como a da Previdência, a trabalhista e a tributária. O senador alertou que o país vive um momento “dramático” e precisa de projetos que se concretizem. “O governo já criou muita dificuldade e, precipitadamente, já inviabilizou a reforma da Previdência. Se continuar dessa forma, vai inviabilizar outras. O governo não pode encaminhá-las equivocadamente.”
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