O vereador reeleito Ronilson Marcílio Alves (PTB), de 42 anos, tomou posse em Caratinga-MG na terça-feira (3), dois dias depois dos demais colegas. Mas o inusitado foi como ele chegou à câmara municipal: algemado, com o uniforme do sistema prisional e sob escolta policial (veja o vídeo). Logo após assumir o cargo, foi levado de volta à penitenciária da cidade.
Ronilson passou a ser investigado em novembro, quando a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele e apreendeu documentos, pen drive e aparelhos celulares. Na época, ele foi conduzido para prestar esclarecimentos e liberado em seguida. Mas sua liberdade durou pouco. No dia 19 de dezembro ele foi preso no município de Cordeiro (RJ), e levado à Penitenciária de Caratinga. Seu caso segue em segredo de justiça. O advogado de defesa, Dário Júnior, informou que o cliente é acusado de extorsão contra um padre da cidade (para não divulgarem um vídeo), e teve a prisão preventiva decretada no dia 2 de dezembro. Bruno dos Anjos Freitas, Alessandro Augusto Teixeira Pinheiro e Giorge Carvalho Lima estão presos pela mesma acusação.
Segundo o Diário de Caratinga, o delegado Luiz Eduardo informou que a própria vítima informou ter sido procurada pelo vereador e seu chefe de campanha Giorge, que estariam exigindo R$ 200 mil para não divulgarem imagens e documentos que poderiam comprometer a honra do religioso.
“Existe um dispositivo no artigo 9º do Regimento Interno da Câmara que o vereador que não comparecer à cerimônia de posse tem até 10 dias para tomar posse na presença do presidente da Câmara. Nós fizemos uso dessa prerrogativa, porque meu cliente considerou que tomar posse no dia 1º, em que a Casa estaria cheia, seria ruim e ser visto como escândalo, por isso marcamos para hoje”, explicou o advogado.
“Estamos contando primeiro com o recesso parlamentar, que vai até o dia 15 de fevereiro. Acreditamos que até lá o Ronilson já esteja em liberdade. Porém, se isso não ocorrer, ele ainda pode tirar uma licença não-remunerada de até 120 dias, sem perder o mandato”, conclui Dário Júnior.
Em contato por telefone, o presidente da Câmara Municipal, Valter Cardoso (DEM), disse ao portal G1 que o vereador continua recebendo salário e que o regimento interno da Casa permite que ele vá às reuniões escoltados. Se não comparecer, o vereador deve justificar.
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