O corpo do jornalista Villas-Bôas Corrêa será velado neste sábado (17), a partir das 10h, no Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio. A cremação está marcada para as 13h. O mais antigo comentarista político da imprensa brasileira, Luiz Antonio Villas-Bôas Corrêa morreu na noite de ontem (15), aos 93 anos, de uma parada cardíaca, no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital São Lucas, em Copacabana, onde estava internado desde o dia 9.
Em entrevista concedida em 2008, quando tinha 85 anos, ao site da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Villas-Bôas Corrêa se autodefiniu como o “último sobrevivente da geração que cunhou o modelo de reportagem política que ainda hoje se pratica”. Carioca do bairro da Tijuca, formado pela Faculdade Nacional de Direito em 1947, ele ingressou no jornalismo no ano seguinte, no extinto jornal A Notícia, porque precisava, para sustentar a família, complementar seu salário de funcionário público da Previdência Social.
Sempre na cobertura política, Villas-Bôas trabalhou também no Diário de Notícias, O Dia, Rádio Nacional, Jornal do Brasil e O Estado de S.Paulo, onde durante 23 anos chefiou a seção política e depois dirigiu a sucursal carioca. Na televisão, atuou como comentarista da Rede Manchete, desde 1991 até o fechamento da emissora, em 1999.
Nesse mesmo ano, retornou ao Jornal do Brasil, como editor de política. Foi na edição digital desse jornal que publicou seu último artigo, em 2011.
Por mais de cinco décadas, Villas-Bôas Corrêa acompanhou de perto os principais fatos políticos do país, como o suicídio de Getulio Vargas, a mudança da capital para Brasília, a renúncia de Jânio Quadros, o golpe de 1964, a ditadura militar, a anistia e a redemocratização. Durante o regime militar, seus artigos em O Estado de S.Paulo eram uma referência para o acompanhamento da política, mesmo sob a censura à imprensa vigente na época.
“Ele foi um conselheiro histórico na Associação Brasileira de Imprensa e participou de todo os fatos importantes para a democratização do país. Deixa um legado muito grande para as novas gerações”, disse o vice-presidente da ABI, Paulo Jeronimo de Sousa, em nota publicada no siteda entidade.
Entre outros livros, Villas-Bôas escreveu Conversa com a Memória – A História de Meio Século de Jornalismo Público, onde narra as lembranças de mais de meio século como repórter político, eCasos da Fazenda do Retiro, livro de reminiscências da juventude. Viúvo, ele deixou dois filhos, um deles o também jornalista Marcos Sá Corrêa, três netos e três bisnetos.
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