Nos tempos da escravidão, impedidos de realizar seus cultos, os escravos desenvolveram um modo de fazê-lo assemelhado a uma missa para que o patrão branco intolerante, pensando tratar-se de tal, os permitisse. Assim, na Umbanda há o Congá, simbolizando o altar da igreja; o vinho tomado pelo Preto Velho, porque o padre também o faz na missa; as imagens, como na igreja; e, da mesma maneira, o incenso. Como esses cultos não eram embasados em doutrina, se degeneraram. Surgiu, então, a Umbanda (Lei de Deus ou Legião de Deus), em 1909, no Rio de Janeiro, com o propósito de praticar a caridade, indistintamente, com base no Evangelho de Cristo.
A Umbanda chega 65 anos depois de Allan Kardec ter começado a codificar o Espiritismo, baseado na evolução, reencarnação, vida além da morte e, como a Umbanda, pregando a excelência da caridade com base no Evangelho de Cristo como requisito de salvação. O Espiritismo traz dois mandamentos para seus adeptos: Amai-vos e Instrui-vos, que devem ser adotados e praticados também na Umbanda. Quanto mais instruídos e caridosos forem os médiuns, mais facilidade terão os guias para se expressarem.
No Espiritismo os ensinamentos são ministrados por meio de palestras e cursos. Na Umbanda, diretamente por meio dos guias, embora muitos centros já estejam adotando as palestras e os cursos. No Espiritismo, o desenvolvimento mediúnico é feito com médiuns em mesas, e na Umbanda, girando ao som de cânticos (pontos) e tambores, embora seu fundador tenha proibido o uso de tambores, recomendando, apenas, os cânticos suaves e sem palmas.
É preciso mais intercâmbio entre os dois. A Umbanda encaminha os candidatos a médium que ela entende terem compromissos com o Espiritismo. O Espiritismo deve fazer o mesmo. Em relação a tratamentos, verificar quando determinado tratamento é mais adequado numa do que na outra. Com interesse e humildade todos ganham. \”E haverá um só rebanho e um só pastor. Eu sou o bom pastor. Quem me seguir nunca andará em trevas\”, ensinou Jesus.