A concessão do título de Cidadão Honorário a João Goulart foi iniciativa da então presidente da CLDF, Celina Leão, e relatado pelo Professor Israel. A aprovação foi por unanimidade. Faltava definir a data. E, com o apoio de Joe Vale e Wasny de Roure, os 40 anos da morte – ainda nebulosa – do ex-presidente serão marcados pela outorga do título.
Na prática, é uma resposta do parlamento local ao governador Rodrigo Rollemberg . Ele revogou a concessão de uma área na parte Oeste do Eixo Monumental para a construção do Memorial da Liberdade e Democracia. Projetado por Oscar Niemeyer, o local seria um centro de estudos que abrigaria a biblioteca e os documentos de Jango e já havia uma proposta de receber também a documentação recolhida pela Comissão Nacional da Verdade sobre o período da ditadura militar.
A área do Memorial foi inicialmente concedida na gestão de Joaquim Roriz e referendada por Agnelo Queiroz. Estava tudo pronto para começar a obra quando Rollemberg embargou, revogou a concessão da área e inviabilizou a obra.
Orçada em R$ 19 milhões, dos quais R$ 1,3 milhão em impostos para o DF e sem um centavo sequer do GDF – os recursos viriam de emendas federais e patrocinadores – a obra geraria, segundo dados do Sinduscon-DF, cerca de 700 empregos diretos e indiretos. Teria capacidade de movimentar a estagnada construção civil candanga. Depois de pronta, geraria outras dezenas de empregos permanentes e de qualidade, abrindo mercado para bibliotecários, museólogos, educadores, pesquisadores, cientistas políticos, filósofos, funcionários administrativos, guias turísticos, recepcionistas, profissionais de conservação e manutenção. Ou seja, emprego para diversos níveis de qualificação profissional.
Se Rollemberg não tivesse ficado amedrontado com as forças conservadoras da cidade, hoje Brasília já contaria com um espaço cultural aberto gratuitamente à população – preenchendo o lugar dos diversos espaços culturais atualmente fechados, dentre eles o Teatro Nacional -, dotado de auditório multiuso para 120 lugares, capaz de abrigar festivais de vídeo e de cinema.
Externamente, um anfiteatro ao ar livre para acolher ações culturais de dança, música, dramaturgia; uma praça pública com redes wi-fi aberta à população, um parque de esculturas com a missão de receber exposições de artes plásticas, tudo ornado com Ipês amarelos e roxos, além de espelhos d’água com ninfeias azuis a colorir as águas.
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