Dos 114 mil servidores concursados do Governo de Brasília, 4.381 estão desviados de função, o que representa 3,8 % do total. Entre estes, policiais civis, médicos, professores e outros profissionais cujas áreas passam por dificuldades e falta de pessoal para atender as demandas da população.
Esses servidores estão fora de suas atividades por terem sido requisitados para outros órgãos ou simplesmente por estarem ocupando cargos comissionados em funções de caráter provisório. Muitos deveriam atuar nas áreas de saúde, educação e segurança pública, onde, paradoxalmente, existe uma grande carência de mão de obra.
Entre comissionados e pessoal de carreira, o Governo de Brasília tem 136 mil funcionários, segundo relatório da Secretaria de Orçamento, Planejamento e Gestão publicado no dia 19 de outubro no Diário Oficial do Distrito Federal.
Entrave – As negociações com os servidores são o principal entrave da gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB). O Buriti alega falta de dinheiro e um gasto com pessoal de 77% da arrecadação do governo para o pagamento do funcionalismo. Por sua vez, as 32 categorias de servidores cobram o cumprimento dos acordos firmados em 2013, ainda na gestão do petista Agnelo Queiroz.
Com um quadro de aproximadamente 15 mil servidores, a Polícia Militar tem 567 oficiais e praças cedidos a outros órgãos. Nada menos de 180 deles estão lotados fora da estrutura do GDF. A Polícia Civil tem um quadro de 5 mil servidores, dos quais 78 estão desviados de função, sendo 34 fora do GDF.
Entre os órgãos de segurança pública, o Corpo de Bombeiros é o que possui, proporcionalmente, o maior número de funcionários cedidos. Do quadro de 5,7 mil servidores, 226 atuam longe de suas funções.
Saúde – Maior gargalo da gestão Rollemberg, a Saúde tem 238 funcionários atuando fora de suas funções. Apenas para órgãos fora da estrutura do GDF estão cedidos 142. A conta fica ainda mais robusta quando se considera o número de 2.036 cargos comissionados na Secretaria de Saúde, que tem 34,2 mil servidores em seu quadro.
A Secretaria de Educação possui quase 40 mil funcionários e é a pasta com o maior número de funcionários. Deles, 375 servidores atuam fora do ambiente acadêmico, sendo que 129 sequer integram a estrutura do GDF. Atualmente, a Secretaria tem 553 cargos comissionados em sua folha de pagamento.
Administrações – É das 31 administrações regionais que vem parte da demanda por 277 funcionários requisitados. Só em Samambaia são 30 servidores de outros áreas. Em seguida, estão as regionais de Brazlândia (25) e Ceilândia (21).
Dados
Total
4.381 cedidos
Polícia Militar
423 cedidos para o GDF
144 cedidos para fora do GDF
Polícia Civil
44 cedidos para o GDF
34 para fora do GDF
Bombeiros
178 cedidos para o GDF
48 para fora do GDF
DER
39 cedidos para o GDF
3 para fora do GDF
Detran
25 cedidos para o GDF
14 para fora do GDF
Secretaria de Educação
246 cedidos ao GDF
129 para fora do GDF
Secretaria de Saúde
96 cedidos ao GDF
142 para fora do GDF
Corporativismo – A força das corporações da segurança pública pode ser medida pela representação nas bancadas de deputados distritais federais. Na Câmara Legislativa estão os policiais civis Wellington Luiz (PMDB) e Cláudio Abrantes (Rede). Para a Câmara federal foram eleitos o ex-delegado Laerte Bessa (PR) e o coronel PM Alberto Fraga (DEM).
O bombeiro Roosevelt Vilela (PSB) é o primeiro suplente de Joe Valle (PDT) e é o administrador regional da Candangolândia, Núcleo Bandeirante e Candangolândia, Núcleo Bandeirante e Park Way, onde estão lotados vários de seus colegas de farda.
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