Apesar de reforço na segurança desde sábado na comunidade, imagens feitas pelo Globocop na manhã desta segunda ainda mostravam a presença de algumas barricadas no interior da Cidade de Deus.
Na madrugada de domingo (20), três pessoas foram presas e outra ficou ferida durante uma operação policial. PMs de vários batalhões e policiais civis também participaram da operação. A ação começou nas primeiras horas do dia e foi determinada após a queda de um helicóptero da Polícia Militar que participava de uma operação na comunidade no sábado (19). Os quatro policiais que ocupavam a aeronave morreram no acidente.
Além dos presos – um homem com armas, um com trouxinhas de maconha e outro com um rádiotransmissor – outros três foram levados para a delegacia para averiguações.
Após a queda do helicóptero, autoridades de segurança se reuniram no Centro Integrado de Comando e Controle. Participara desse encontro o secretário de Segurança, Roberto Sá, o comandante-geral da Polícia Militar, Wolney Dias, e o chefe da Polícia Civil, Carlos Leba. Após a reunião, Roberto Sá lamentou as mortes e determinou que começasse, imediatamente, uma operação na Cidade de Deus que não tem data pra acabar.
Moradores encontraram 7 corpos na comunidade
Ainda no domingo, à tarde, a Delegacia de Homicídios da Polícia Civil foi acionada e foi para a comunidade após moradores encontrarem sete corpos numa zona de mata da região. Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, moradores disseram que as vítimas foram executadas e havia marcas de tiros nos cadáveres.
De acordo com a Polícia Civil, um procedimento foi instaurado na Delegacia de Homicídios para apurar as sete mortes e as circunstâncias nas quais ocorreram, que ainda estão sendo investigadas.
Imagens áereas feitas pelo GloboCop mostravam policiais em vários pontos da comunidade na manhã deste domingo, com apoio de um veículo blindado, e uma barricada em chamas. O policiamento estava reforçado também nos acessos à comunidade durante a manhã.
Na entrada pela Estrada do Cabinal nem moradores entravam de carro e, os que saíam, tinham os veículos revistados. A opção era dar a volta pela Edgar Werneck.
Participavam da operação, liderada pelo Comando de Operações Especializadas (COE), homens de diversos batalhões da PM. A ação foi determinada durante reunião emergencial, realizada na noite de sábado no Centro Integrado de Comando e Controle, da Secretaria de Segurança Pública com a cúpula da PM e a chefia da Polícia Civil.
O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que, por volta das 9h40, a Est. Marechal Miguel Salazar Mendes de Moraes estava interditada, em ambos os sentidos, devido a operação policial, entre a Rua Antonieta Campos da Paz e a Rua Edgard Werneck.
A Rua Edgard Werneck também estava interditada em ambos os sentidos, entre a Estrada Marechal Migual Salazar Mendes de Moraes e a Rua Suzano. Estrada dos Bandeirantes, Estrada do Gabinal e Linha Amarela eram opções.
Perícia inicial não aponta marca de tiros
Uma perícia inicial aponta que os corpos dos policiais militares que estavam no helicóptero da corporação que caiu na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, neste sábado (19), não tinham marcas de perfurações por arma de fogo, segundo informou Roberto Sá, secretário de Segurança do Rio de Janeiro. De acordo com Sá, a aeronave também não apresentava marcas de disparos.
\”Quero lamentar profundamente e me solidarizar com as famílias de todos. E dizer para os senhores que o laudo de necrópsia dos policiais que estavam no helicóptero já saiu, a perícia foi muito rápida, muito eficiente, não há perfuração por arma de fogo nos corpos, a perícia está sendo feita pela DH [Delegacia de Homicídios], a perícia está sendo feita pela Aeronáutica, na aeronave, até o momento, não se encontrou nenhum tipo de perfuração, mas é muito cedo ainda para qualquer conclusão\”, afirmou o secretário.
Quatro policiais mortos
Os corpos dos quatro policiais mortos chegaram por volta das 0h30 ao Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio. Identificados como Major Rogério Melo Costa, de 36 anos, capitão William de Freitas Schorcht, 37, subtenente Camilo Barbosa Carvalho, 39, e sargento Rogério Felix Rainha,39, eles morreram na hora com a queda do helicóptero.
A queda ocorreu no começo da Avenida Ayrton Senna, perto do acesso à Linha Amarela. A aeronave participava de uma ação do Comando de Operações Especiais (COE) da PM em apoio à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local. Desde o começo do sábado, a Cidade de Deus foi palco de intensos tiroteios entre criminosos e os policiais da UPP.
O momento em que o helicóptero começa a perder força foi filmada por pessoas que estavam nas proximidades. O coordenador de Comunicação Social da Polícia Militar, Major Ivan Blaz, disse no sábado que \”tudo indica que o helicóptero fez um pouso forçado\”.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) foi ao local para apurar as circunstâncias da queda da aeronave.
Em nota, o ministério da Justiça afirmou que o ministro Alexandre Moraes colocou à disposição o efetivo da Força Nacional que está no Rio para \”prestar apoio na segurança pública da Cidade de Deus\”. Também disse que o ministro está em contato direto com o Secretário de Segurança Pública do Rio.
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