Vergonha Nacional.
Cresce o trabalho infantil no DF.
Brasília acaba de ganhar a medalha de bronze dentre as unidades da Federação onde o trabalho infantil mais cresceu no Brasil. Entre 2013 e 2014 o trabalho infantil na Capital Federal cresceu 63,8%. Estimam-se em 28 mil os meninos e meninas que trabalham, cotidianamente. Até 2013, a cidade vinha apresentando redução dessa chaga social, chegando a registrar 16.755 menores de idade trabalhando, mas em2014, último ano do governo Agnelo Queiroz, foi verificado um crescimento forte do uso da mão-de-obra infantil.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), tratados pelo economista Júnior César Dias, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e apresentados em São Paulo por ocasião do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.
A medalha de ouro foi para Roraima, alta de 126,5%, e a de prata para o Acre, 67,9%. A dimensão do território do DF, a inexistência de uma agricultura intensiva – mercado importante do trabalho infantil – e as melhores condições locais de fiscalização face aos demais Estados tornam essa realidade social candanga ainda mais vexaminosa, o percentual de crescimento da exploração da mão-de-obra infantil em Brasília.
O exército que atua no trabalho infantil no Brasil é estimado em 3,3milhões de crianças com idade entre 5 e17 anos. Pelos dados nacionais, o perfil médio aponta para um menino negro, que trabalha 26 horas semanais. O rendimento médio que a garotada consegue equivale a meio salário mínimo.
Um dos principais focos do trabalho infantil está a poucos quilômetros do Palácio do Buriti e também do Palácio do Planalto. É o lixão da Estrutural. Em situação degradante, crianças disputam resíduos sólidos descartados com o lixo e que tenham algum valor de revenda para ajudar no sustento familiar. Se a coleta de lixo em Brasília fosse efetivamente seletiva a realidade poderia ser bem diferente.
Cardeal ou Coroinha?
Uma tela pintada a óleo, no século XV, pelo Maître D’Alfajarin, chama a atenção dos brasileiros que visitam o Museu de Belas Artes da cidade francesa de Dijon, capital da Borgonha, famosa pelo bispo recebendo o barrete de cardeal. O clérigo apresenta enormes semelhanças ao senador Cristovam Buarque.
Considerado por muitos anos como um dos cardeais da política candanga, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, parece estar perdendo o poder do cetro junto ao seu eleitorado tradicional. Cristovam, dizem alguns analistas, precisa se preocupar em não perder o cardinalato e se transformar em mais um coroinha da política local.
Na gaveta do PPS
Se depender da cúpula do PPS, a representação feita ao Conselho de Ética do partido pedindo a expulsão da distrital Celina Leão – noticiada com exclusividade aqui nessa coluna – vai ficar na gaveta.
O presidente nacional do partido, Roberto Freire, instado duas vezes a comentar o processo e a situação da presidente afastada da Câmara Legislativa silenciou-se. Cristovam Buarque, que foi responsável pela ida de Celina para o PDT e, depois, para o PPS, disse, via assessoria, que não comentará o episódio. Mesmo silêncio diante dos fatos apresentou a própria distrital.
O presidente do PPS-DF, Chico Andrade, informou a esse jornalista que o PPS não tem pressa, nem cronograma a cumprir para a análise da representação contra Celina Leão que, embora datada de 24 de agosto, ainda nem foi encaminhada para a análise do Conselho de Ética. Segundo ele, não há prazo regimental para o encaminhamento. “Isso a gente faz de acordo com a gravidade de cada caso”, disse.
E agora pergunto eu: as denúncias e gravações contra Celina Leão não serão graves a ponto de pedir urgência na tramitação?
Preocupado em “não expor mais a parlamentar”, Chico Andrade afirma que a representação não significa a existência de um processo de expulsão dela. “A direção do partido, apesar do embaraço que tal situação causou, está esperançosa que os dois deputados logo consigam apresentar todas as respostas para as acusações que lhes são imputadas” – diz ele, lembrando que Celina Leão e Raimundo Ribeiro estão afastados da Comissão Executiva do PPS.
} else {