Para tentar garantir uma vaga remanescente para os filhos em uma escola pública, moradores do conjunto habitacional Paranoá Parque, no Distrito Federal, tiveram de dormir na fila em frente à regional de ensino. A primeira pessoa da fila espera desde as 12h de segunda-feira (15). Durante a madrugada, quem aguardava se protegia do frio com colchões e cobertores trazidos de casa, no condomínio popular. A previsão para início de atendimento é às 8h.
De acordo com a Secretaria de Educação, um espaço foi alugado às margens da DF-015 para atender toda a parcela de estudantes que vive no residencial. Ao todo, 1,2 mil vagas são ofertadas. A pasta também informou que deve construir duas escolas até o segundo semestre de 2017, voltadas para educação infantil, ensino fundamental e médio.
Primeira da fila, a vendedora ambulante Tatiane Melo faz parte de uma das cerca de 70 famílias que aguardavam ser atendidas. “Estamos cansados. Não temos apoio de ninguém. Não podem deixar a gente entrar nem pra beber água nem ir ao banheiro. Estamos com fome, sede e frio”, conta a mulher, que espera conseguir uma vaga para a filha de 7 anos.
A filha do taxista Leonardo Ferreira dormiu no carro do pai durante a madrugada. “A situação é essa: pessoas foras, no relento, com coberta. Quem tem carro fica revezando. A minha filha tem 8 anos, mas quis vir nessa luta”, contou o pai. “Às vezes a gente vai nas regionais. Alguns dão uma resposta sincera, mas outros vêm com sacarmos. A questão é que o governador exigiu que a gente se mudasse em 30 dias, mas não construiu escola e não tem infraestrutura lá.”
Nesta segunda (15), cerca de 470 mil estudantes voltaram às aulas nesta segunda-feira (15) na rede pública. O DF tem 1.159 instituições de ensino – das quais cerca de 660 são públicas. Os moradores do Paranoá Parque foram contemplados no programa habitacional Morar Bem.
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