Pressionado pela oposição, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (10) que a base de apoio ao presidente em exercício Michel Temer quer votar a cassação do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) somente depois da conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Em entrevista coletiva na Câmara, Maia disse que vai anunciar ainda nesta quarta-feira a data em que colocará em votação no plenário da Casa o relatório do Conselho de Ética que recomenda que Cunha perca o mandato de deputado federal. O deputado do DEM, no entanto, ressaltou que ainda falta ouvir alguns líderes.
“Vou definir hoje [a data]. Vamos esperar a parte da tarde. Tudo é legítimo. A oposição quer votar amanhã, como exemplo. A base do governo quer votar [o a cassação de Cunha] depois do impeachment. Do ponto de vista política, tudo e legítimo”, disse o parlamentar.
O presidente da Câmara disse também que vai escolher uma data dentro do prazo médio que outros processos de cassação levaram para sair das comissões para o plenário.
“Não haverá nenhuma decisão que saia da curva histórica dos processos de votação de cassação desta Casa […] Dentro da média histórica dos prazos dos processos que vieram a plenário, eu vou respeitar tudo e assim será feito”, disse.
“Não vou sair da média para estar beneficiando, nem vou antecipar para estar prejudicando, eu disse isso desde que fui eleito. A média histórica são quatro ou cinco semanas, é o que tem acontecido nos últimos 13 processos”, explicou Rodrigo Maia.
O presidente da Câmara disse ainda que é “fundamental”, em termos de quórum, que o processo de cassação de Cunha seja concluído antes das eleições municipais em outubro.
“Eu acho que antes da eleição eu garanto mais quórum do que depois da eleição. Antes da eleição, todos os deputados vão para as urnas tendo que responder como votaram na cassação de Cunha”, afirmou.
“Eu duvido que este plenário independente da data não estará presente para votar a cassação de Cunha”, completou.
Rodrigo Maia disse ainda que há pressão de oposicionistas ao governo do presidente em exercício Michel Temer para que a votação aconteça antes do processo de impeachment.
Protesto da oposição
Nesta terça (9), deputados do PSOL, do PT e da Rede fizeram um ato na Câmara para pedir a votação do processo de cassação de Cunha. Com um cartaz, os parlamentares lembraram que nesta terça completou 300 dias desde que o caso do peemedebista chegou ao Conselho de Ética.
Os parlamentares oposicionista também cobraram uma data para a conclusão do processo. Mais tarde, repetiram o protesto no plenário.
O parecer aprovado no Conselho de Ética e a decisão da Comissão de Constituição e Justiça que rejeitou o recurso do ex-presidente da Câmara foram lidos na última segunda-feira (8) no plenário da casa.
No dia seguinte, as decisões foram publicadas no Diário Oficial da Câmara, habilitando o processo de Cunha a entrar na pauta da Casa em até duas sessões. Ao final deste prazo, o processo passa a ter preferência na fila de votações.
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