O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou nesta segunda-feira, 25, a abertura de mais dois inquéritos contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. Os pedidos foram encaminhados pela Procuradoria-Geral da República no último dia 18 e autorizados pelo ministro Teori Zavascki, responsável pelos processos que apuram os desvios na Petrobrás na Corte.
Na sexta-feira, 22, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia dito numa palestra na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que, \”em breve\”, o Supremo deveria \”considerar mais duas\” denúncias contra Cunha. \”Não podemos admitir que o terceiro homem na linha sucessória tenha um passado como o dele\”, afirmou Janot na ocasião.
Os dois novos inquéritos correm sob segredo de Justiça. Em março, Cunha se tornou o primeiro parlamentar réu em uma ação na Lava Jato, pelo suposto recebimento de propina em contratos de navios-sonda com a Petrobras. Até agora, há cinco processos contra o presidente da Câmara tramitando no Supremo.
Em um deles, são investigadas as contas ilegais mantidas por Cunha na Suíça. A mulher do parlamentar, Cláudia Cruz, e a filha, Danielle Dytz, também são alvo dessa investigação, mas, não terem foro privilegiado, os processos das duas foram enviados à primeira instância, em Curitiba, sob a condução do juiz Sérgio Moro.
Há ainda um procedimento que foi aberto com base nas delações dos empresários Ricardo Pernambuco Júnior e seu pai Ricardo Pernambuco. O inquérito é baseado em indícios de que o peemedebista teria recebido R$ 52 milhões em propina nas obras do Porto Maravilha.