Morreu na madrugada desta quarta-feira (13/4) a menina Alícia Gabrielly da Silva Ferreira, de 6 anos, que foi atingida ontem com um tiro na cabeça na Quadra 116 do Recanto das Emas. A garota estava internada no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).Segundo Marlene Silva Gonçalves, vizinha da família, todos estão muito tristes e ainda não há previsão para o enterro da criança. \”Ela passou por apenas uma cirurgia mas não resistiu, estamos todos muito abalados\”.
Vítima da violência
Alicia foi atingida na manhã desta terça-feira (12/4) enquanto brincava com o irmão, 10, e uma amiga, 8. Testemunhas relataram que quatro jovens estavam debaixo de uma mangueira, também na praça, quando um homem encapuzado chegou armado e atirou nesses jovens. Eles correram em direção às crianças, que estavam sentados brincando. O homem que estava armado, saiu da bicicleta e foi em direção aos jovens. Após disparar vários tiros, voltou, pegou a bicicleta e foi embora.
Ao ver que a menina estava ferida, o irmão gritou por socorro. A mãe, Jéssica da Silva, 24 anos, saiu da casa e foi ao encontro das crianças, desesperada. Uma mulher que passava de carro pelo local parou e, com a mãe, levou Alícia para o 36° Grupamento de Bombeiro Militar (GBM), próximo ao local do crime. O sargento Paulo Sérgio, que prestou o primeiro atendimento, disse que a garota estava acordada quando chegou ao quartel. “Ela chorava muito e, quando aplicamos uma injeção, ela se retraiu como quem sente dor. Aparentemente, a bala atravessou a nuca e se alojou na cabeça”, afirmou. Com a ajuda do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), os militares transportaram a criança para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).Segundo Jacira Lima da Silva, 79 anos, sogra de Jéssica, Alícia era cheia de saúde e adora brincar. “Moro nos fundos da casa do meu filho, e sempre vi as crianças brincando por aqui. A menina era muito sorridente, não dava trabalho. É muito triste tudo isso”, contou. Ainda de acordo com Jacira, há algum tempo, era comum os moradores ficarem aflitos com a violência do local. “Entretanto, faz dois anos que não ocorre nenhum caso nesta quadra”, relata.
Uma comerciante da região, que não quis ter a identidade revelada, contou que a quadra já foi conhecida pelo tráfico de drogas. “Antes, tínhamos um posto policial aqui. No ano passado, ele foi queimado por vândalos e nunca mais tivemos policiamento constante. Já presenciamos muita coisa ruim, mas, ultimamente, estava tudo bem. É lamentável o que aconteceu.” A corporação também intensificou o patrulhamento na quadra. O caso é investigado pela 27° Delegacia de Polícia (Recanto das Emas).