Dois anos após a implantação do BRT no Distrito Federal, com investimentos de R$ 785 milhões, o sistema é alvo de reclamações dos cerca de 38 mil passageiros que enfrentam diariamente muita dificuldade nos deslocamentos. Além dos ônibus lotados, o sistema de alimentação insuficiente e a desorganização das filas são os principais alvos de críticas dos usuários. Nos horários de pico, esses problemas se tornam evidentes. A reportagem visitou os terminais do Gama e de Santa Maria. Nos dois locais, é possível identificar como essas falhas geram desconforto para os passageiros. Esta semana, o Correio vai publicar uma série de reportagens sobre o sistema.
Para a estagiária Ana Paula Alves Costa, 20 anos, o percurso de Santa Maria até o trabalho, na 611 Norte, é longo. Todos os dias, ele sai da Quadra 418 às 9h, mas só chega ao escritório às 11h. As duas horas de intervalo são dedicadas ao trânsito, com viagens em três ônibus diferentes. Ela é uma das usuárias do Expresso DF Sul. Para a jovem, apesar do conforto de um ônibus com ar-condicionado, o sistema ainda precisa melhorar. “Principalmente no horário de pico, os ônibus estão sempre cheios”, reclama.
As linhas alimentadoras chegam constantemente ao terminal, em que, na maior parte do tempo, há filas grandes, mesmo após a saída dos ônibus lotados. Além disso, não há apenas uma área de espera para cada ônibus. No caso dos articulados, que possuem três portas de embarque, os passageiros se distribuem entre elas. Quando há demora entre um veículo e outro, as filas se misturam, causando confusão. Além disso, há também pessoas que desrespeitam a ordem de chegada.