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O período da sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal destinado aos pronunciamentos dos deputados foi marcado nesta terça-feira (13) por críticas ao GDF. Os alvos principais dos distritais foram a situação da saúde pública e o relacionamento do governo com os servidores de diversas categorias que estão em greve cobrando o pagamento de reajustes salariais. Alguns distritais chegaram a declarar que não votam mais projetos do Executivo enquanto durar o impasse com os servidores.
O líder do PT, deputado Chico Vigilante, começou afirmando que a gestão da saúde do DF é \”amaldiçoada\”. Para ele, a cada dia que passa os problemas se agravam e se acumulam. Vigilante relatou a situação do hospital do Gama que está com o tomógrafo quebrado e as máquinas de raio x não conseguem imprimir as radiografias. Para o distrital, o governo tem que parar de dizer que o problema é a falta de recursos. Segundo ele, o saldo existente hoje no Fundo de Saúde é de R$ 413,26 milhões. \”Enquanto isto, a população está morrendo por falta de atendimento\”, disparou.
O líder do PMDB, deputado Wellington Luiz, endossou as críticas ao momento vivido pela cidade e declarou que Brasília está próxima de um colapso. Para ele, o tratamento dado pelo governo aos servidores é um absurdo. \”O governo tem que assumir seu papel e negociar com os servidores com responsabilidade\”, assinalou.
Wellington Luiz também criticou secretários do GDF que insistem em colocar a culpa na Câmara pelo não pagamento dos reajustes, por causa da não votação de aumento de alguns impostos. Sobre esta questão, o deputado Rafael Prudente (PMDB) ressaltou que a Câmara já aprovou projetos do Executivo que representam uma receita de R$ 3 bilhões.
Prudente também demonstrou preocupação com as empresas que prestam serviço ao governo. Segundo ele, a redução nos contratos anunciada pelo governo vai representar a demissão de 10 mil a 15 mil trabalhadores terceirizados.
O deputado Agaciel Maia (PTC) considerou que o governador é sério, bem intencionado e está ser esforçando para consertar as finanças do GDF. Mas para o distrital, o governador Rodrigo Rollemberg tem tido pouca habilidade política para lidar com os servidores. Maia sugeriu que o governador sente com os servidores e busque soluções para o pagamento dos reajustes. Ele ponderou, no entanto, que Rollemberg tem oito meses para reduzir o percentual de gastos com pessoal previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Já o deputado Renato Andrade (PR) acredita que a reforma no secretariado prometida para hoje será mais um tiro no pé do governador. Para ele, a reforma vai desagradar a muita gente e pouco contribuirá para a melhoria da gestão.
Na opinião do deputado Ricardo Vale (PT) a cidade entrou no caos desde a posse de Rollemberg. Ele enfatizou que a Câmara tem ajudado muito o governo sem ter o devido reconhecimento. Segundo ele, o governo só chora e reclama. \”Precisamos dar uma basta nisso. Minha sugestão é fazer obstrução contra os projetos do Executivo até que ele negocie com os servidores\”, sugeriu Vale. O deputado Wellington Luiz anunciou que também não vai votar nenhum projeto do governo até que o impasse seja resolvido.
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