A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou nesta quarta-feira que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e familiares dele têm contas bancárias na Suíça que são investigadas pelo Ministério Público desse país. A Promotoria da Suíça enviou ao Brasil hoje os autos da investigação contra Cunha por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A investigação no Brasil ficará a cargo do Supremo Tribunal Federal, porque o parlamentar tem foro privilegiado. Este é o primeiro processo da Suíça a ser transferido para o STF a pedido da Procuradoria-Geral da República e o segundo da Operação Lava-Jato. A primeira transferência de investigação foi a de Nestor Cerveró para Curitiba. O presidente da Câmara foi denunciado em agosto por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da operação Lava-Jato.
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A investigação na Suíça foi aberta em abril, quando as contas bancárias de Cunha e familiares foram bloqueadas. O presidente da Câmara é suspeito de receber propina por vazamento de informação privilegiada na venda, para a Petrobras, de um campo de petróleo no Benin, na África.
“Por ser brasileiro nato, Eduardo Cunha não pode ser extraditado para a Suíça. O instituto da transferência de processo é um procedimento de cooperação internacional, em que se assegura a continuidade da investigação ou processo ao se verificar a jurisdição mais adequada para a persecução penal”, informa a PGR, em nota.
Parte das suspeitas das autoridades suíças foram confirmadas pelo lobista João Augusto Rezende Henriques. Em depoimento à Polícia Federal em Curitiba, na sexta-feira passada, João Henriques disse que fez depósito numa conta que, mais tarde, ele descobriu pertencer a Cunha. A conta destinatária do pagamento foi indicada a ele pelo lobista Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), já falecido, um ex-aliado do presidente da Câmara.
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