O vice-presidente da República, Michel Temer, inicia hoje (14) viagem oficial a Moscou e a Varsóvia, na Polônia, que vai até o dia 17. Ele lidera uma comitiva de ministros e empresários com o objetivo de aprofundar as relações de cooperação e comércio com os dois países. O vice-presidente também vai cumprir agenda política com autoridades russas e polonesas.
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Nesta segunda-feira, em Moscou, Temer se reúne com o presidente da Duma (Câmara Baixa do Parlamento russo), Serguei Naryshkin. Depois, a comitiva visita o Pavilhão do Brasil na World Food Moscow 2015, a principal feira de alimentos, bebidas e agronegócios da Rússia.
Segundo a assessoria da Vice-Presidência, integram a comitiva oficial os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu; da Defesa, Jaques Wagner; de Minas e Energia, Eduardo Braga; do Turismo, Henrique Eduardo Alves; da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo, e da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Kátia Abreu e Jaques Wagner chegam amanhã (15).
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, cancelou a viagem pelo fato de o ministro russo da Indústria e Comércio ter viajado e desmarcado a agenda de encontros, de acordo com a assessoria de imprensa da pasta.
Os deputados Ricardo Barros (PP-PR), relator da proposta do Orçamento Geral da União para 2016, e Fábio Ramalho (PV-MG) completam a comitiva.
O vice-presidente, os ministros e empresários participaram de reunião fechada agora de manhã para acertar os últimos detalhes da 7ª Reunião da Comissão de Alto Nível (CAN) Brasil-Rússia.
Amanhã, Temer se reúne com a presidenta do Conselho da Federação da Rússia (Câmara Alta do Parlamento russo), Valentina Matvienko. Após o encontro, está prevista declaração à imprensa. No fim da tarde, o vice-presidente participa do encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Rússia.
Temer encerra a visita a Moscou na quarta-feira (16) quando vai presidir a 7ª Reunião da Comissão de Alto Nível Brasil-Rússia, ao lado do primeiro-ministro Dmitri Medvedev. O encontro termina com assinatura de ato, seguida de declaração à imprensa. Criada em 1997, a CAN é a mais alta instância de negociação entre os dois países. Nessa reunião, deverão ser tratados temas de cooperação econômico-comercial, energia, defesa, agropecuária, ciência e tecnologia e espacial.
Em Varsóvia, na quinta-feira (17), último dia da viagem, Temer se reúne com o presidente polonês, Andrzej Duda, com a primeira-ministra, Ewa Kopacz, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Polônia, Grzegorz Schetyna. Também participa do Foro Empresarial Brasil-Polônia, apoiado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
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A missão empresarial conta ainda com representantes da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.
World Food Moscou
Empresas dos setores de carnes, frutas e cereais participam da World Food Moscow. A Apex-Brasil organizou a presença de 20 empresas na feira, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Segundo a Apex-Brasil, a comitiva brasileira é formada principalmente por empresas do setor de carnes, principal produto exportado pelo Brasil para a Rússia. No ano passado, as companhias nacionais que participaram da feira tiveram um resultado de U$ 114 milhões entre negócios imediatos e realizados ao longo dos 12 meses seguintes.
Segundo o gerente de Exportação da agência, Christiano Lima Braga, a expectativa para este ano é, no mínimo, alcançar o mesmo valor de negócios da feira de 2014. “Queremos consolidar nossa presença no mercado russo e prospectar novas oportunidades para aumentar o fluxo de comércio. Há grande potencial para café especial, produtos gourmet orgânicos, chocolates e confeitos, por exemplo. Dos 76 setores com que a Apex trabalha, 12 têm a Rússia como mercado-alvo”, disse Braga.
“A Rússia é um mercado estratégico para a Apex-Brasil que, desde 2010, mantém um escritório em Moscou, com o objetivo de aproximar empresas brasileiras e russas e facilitar a exportação de produtos e serviços e a atração de investimentos ao Brasil”, afirmou, em nota, o presidente da agência, David Barioni Neto.
O vice-presidente de aves da ABPA, Ricardo Santin, destacou que as empresas exportadoras estão de olho em novos negócios com o mercado russo em meio a um cenário de real desvalorizado e de incertezas sobre o ritmo de desaceleração da economia chinesa.
Santin lembra que o embargo da Rússia à importação de produtos agropecuários dos Estados Unidos e de países europeus desde agosto do ano passado abriu oportunidades para o Brasil entrar e consolidar sua posição no mercado russo.
Atualmente, segundo a ABPA, a Rússia é a maior importadora de carne suína do Brasil, com 45,9% do total exportado pelo país em 2015. Em aves, ocupa a sétima posição, com 2,3% do total.“Foram 157 mil toneladas de carne suína enviadas para a Rússia de janeiro a agosto”, disse Santin.
Comércio
A Rússia e a Polônia fazem parte de um grupo de 32 países considerados prioritários pelo Plano Nacional de Exportações. No ano passado, o Brasil exportou US$ 3,8 bilhões e importou US$ 3 bilhões, alcançando um superávit de US$ 800 milhões na balança comercial com a Rússia, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As carnes bovina, suína e de frango representaram 63,5% do total das vendas brasileiras para o mercado russo.
De acordo com o ministério, em 2014 o Brasil exportou US$ 484 milhões, em sua maioria produtos básicos, para a Polônia e importou US$ 665 milhões, principalmente manufaturados. “A Polônia tem forte compra de minério e de soja e a possibilidade de atração de investimentos e aquisição de autopeças, café, produtos químicos, entre outros. A meta é diversificar a pauta exportadora e prospectar novas oportunidades, independentemente do câmbio e da situação da economia”, informou o gerente de Exportação da Apex-Brasil.
Segundo a Vice-Presidência, a Polônia tem interesse crescente na aquisição de novas aeronaves da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e comprou 25 jatos entre 2010 e 2012.
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