Após 161 dias à frente do Governo do Distrito Federal (GDF), Rodrigo Rollemberg (PSB) vai usar o pedido de demissão de Hélio Doyle do comando da Casa Civil para tentar acalmar os ânimos com partidos aliados e sair da crise política. O plano do socialista é que a saída de Doyle represente uma volta à estaca zero, e os desgastes na relação com sindicatos, Câmara Legislativa e correligionários sejam esquecidos, dando tranquilidade para o andamento da gestão. Principal alvo das críticas de servidores públicos, entidades de classes e parlamentares nos primeiros cinco meses de governo, Doyle era o homem forte de Rollemberg e participava das principais decisões do governo. Ontem, ao anunciar o desligamento do cargo, ele creditou sua saída a articulações políticas, que trabalharam para tirá-lo do Buriti. “Sou um empecilho para as boas relações do governador Rollemberg com o meio político”, resumiu. O diretor-geral da Câmara dos Deputados, Sérgio Sampaio, será o substituto.
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Ontem, ele aproveitou o discurso de despedida para defender a atual gestão e criticar vários políticos ligados ao governo. O senador Cristovam Buarque, ele classificou como imaturo. Sobre os deputados, afirmou que não se pode generalizar, mas ressaltou que “alguns parlamentares” pensam apenas no próprio interesse e não nas necessidades da população. Motivo alegado por Celina para deixar a base do governo, Doyle explicou a presença de petistas na Casa Civil. “São servidores de carreira, competentes e sempre cumpriram as metas estabelecidas. Não os demitiria para nomear indicados de deputados, que, muitas vezes, sequer aparecem para trabalhar.”
Perguntado se Celina teria exigido sua demissão, ele falou que isso não ocorreu de forma explícita. “Como falei, todos aqui são inteligentes e viram que o pedido foi feito de outra maneira.” Ainda sobre os distritais, afirmou que muitos vão ao Buriti apenas para fazer lobby em favor de empresas, e que parlamentares não ajudam Brasília a sair da crise. “Enquanto estamos atolados em dívidas, eles gastam milhões com carros oficiais luxosos, com gasolina e vários assessores.”
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