Deputados da base do governador Rodrigo Rollemberg na Câmara Legislativa não querem votar o restante do pacote de aumento de impostos, retirado de tramitação na última hora pelo Buriti. A proposta é que o chamado “saco de maldades” só vá a Plenário no fim do ano, já que as medidas surtirão efeito nos cofres públicos apenas em 2016.
A oposição já pediu que o secretário de Fazenda, Leonardo Colombini, seja convidado a dar explicações sobre as diferenças entre os dados do sistema Siggo sobre gastos do governo, e os extratos das contas apresentadas pelo GDF.
IPTU e TLP na lista
Entre as medidas que ainda devem ser analisadas pela Casa, estão o leilão de dívidas que dará desconto a quem tem débitos em aberto, o fim da isenção do IPVA para carros zero quilômetro e os aumentos da Taxa de Limpeza Pública (TLP) e do IPTU.
“Antes de votar esses itens, o governo precisa mandar para a Casa projetos que fomentem a economia e o setor produtivo. Ele não pode votar antes de discutir com a população, pois o primeiro passo precisa ser dele, com corte de gastos”, declara o governista Rodrigo Delmasso (PTN). Ele sugere que Executivo venda as residências oficiais do governador e do vice, para arrecadar recursos.
Aparar arestas
Para o líder do governo, Raimundo Ribeiro (PSDB), o “tempo para o debate é irrelevante”, mas acredita que os debates com a base governista podem aparar as arestas que ainda restam.
O deputado Bispo Renato Andrade (PR) também defende que a votação se dê apenas no fim do ano. “Estão jogando toda a responsabilidade em cima da Câmara. Precisamos de mais discussões com a população para que fique claro o que há de dinheiro e as despesas”, diz.
Oposição questiona divergências
O oposicionista Chico Leite (PT) questionou, ontem, as diferenças entre os dados do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo) e o extrato da conta do governo, apresentado pela equipe de governo de Rodrigo Rollemberg para justificar a falta de recursos deixada pela gestão anterior.
O petista sugeriu que a Câmara Legislativa (CLDF) aprove um requerimento para que o secretário de Fazenda, Leonardo Colombini, dê explicações aos deputados sobre a diferença nas contas.
“Não é possível, como em outros governos, que a população tenha que suportar o ônus e pagar pelos erros do governo Agnelo Queiroz. O povo já demonstrou, ao votar, que qur um governo que tenha trato diferente do interesse coletivo”, disse Chico Leite, ao pedir que o secretário abra as contas públicas e “mostre onde há problema e onde houve cortes”.
Os petistas têm feito o acompanhamento, por meio do Siggo, para saber se há recursos para realizar o pagamento de servidores. Dizem que, ao contrário do que veem no sistema, têm recebido do Buriti informações de que não há verba.
A presidente da Câmara, Celina Leão (PDT), concorda com o convite. “O Siggo não é a conta do governo, mas uma expectativa. Será bom o secretário vir desmascarar o que tem sido dito aqui”, rebate Celina.