Governo retoma obras do Corredor Eixo-Oeste. Primeira etapa é a mudança do trânsito nas Avenidas Comercial e Samdu de Taguatinga
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As obras dos 38,7 Km do Corredor Eixo-Oeste, que ligará Taguatinga e Ceilândia ao Plano Piloto, devem recomeçar em breve. A primeira parte do projeto – o viaduto da W-3 Sul e o Expresso DF, já foram entregues. De acordo com a Secretaria de Obras, a próxima etapa é a construção do viaduto entre o Sudoeste e o Parque da Cidade, cuja licitação está em fase avançada. Posteriormente, serão englobadas as mudanças nas Avenidas Comercial e Samdu, em Taguatinga. O custo total do projeto ficará na casa dos R$ 725 milhões. A verba faz parte do PAC da Mobilidade, do governo federal, e foi aprovada em julho de 2013 pelo ex-governador Agnelo Queiroz (PT).
O orçamento conta com R$ 517 milhões do Ministério das Cidades e R$ 27,2 milhões de contrapartida do GDF, para a primeira etapa das obras. O Orçamento Geral da União contribuirá com R$ 148 milhões, que serão complementados com mais R$ 32,5 milhões, totalizando R$ 725 milhões. As próximas obras ainda não têm datas para o início, mas, de acordo com a Secretaria de Obras, estão em licitação.
O projeto prevê o alargamento de pistas e a construção de faixas exclusivas nas principais vias de acesso a Taguatinga, como a Hélio Prates, Comercial Norte, Samdu e Estrada Parque Indústrias Gráficas (EPIG). Com a chegada do Eixo-Oeste à região, as Avenidas Comercial e Samdu terão faixas exclusivas para ônibus e mão única, uma delas com o fluxo no sentido Sul-Norte e a outra em sentido contrário.
Estão inclusas a revitalização de 5,2 km da Avenida Comercial e de 6,2 km da Samdu. Ambas terão corredores exclusivos para ônibus, que, posteriormente, serão substituídos por BRTs. Na Samdu os coletivos circularão no canteiro central. A Hélio Prates, entre Taguatinga e Ceilândia, receberá melhorias logo no início dos trabalhos. Os 7,5 Km da via serão recapeados e ganharão uma faixa exclusiva.
Os moradores de Taguatinga e Ceilândia estão divididos com relação às melhorias que o Corredor Eixo-Oeste levará às cidades. Cíntia Andrade é proprietária de um comércio na Avenida Samdu Norte e moradora de Taguatinga. Ela avalia a mudança no trânsito nas principais vias da cidade como um avanço na mobilidade urbana, mas um retrocesso no comércio local.
“Como motorista eu acredito que é uma boa solução, e, talvez, a única que pode realmente melhorar o trânsito em Taguatinga, mas como comerciante reprovo veementemente as mudanças”, contesta. Cíntia conta ainda que não confia na execução do projeto. “Faz muitos anos que ameaçam começar as obras, mas nunca sai do papel. Procuro não me preocupar com isto porque sei que está longe de acontecer”, finaliza.
O taxista Fraga de Oliveira lembra que quando houve uma mudança, ainda que parcial, no sentido da Comercial e da Samdu, não deu certo. “Tentaram uma vez colocar a Samdu só no sentido Centro de Taguatinga e a Comercial indo apenas para o Taguacenter. Nós passávamos pelo Sesc de Taguatinga Norte e pegávamos o sentido de ida ou volta”, relembra. A mudança foi feita em 1998, mas não passou da fase de testes. Acabou reprovada pela comunidade.
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Túnel
A fase faraônica do Corredor está por conta do túnel do centro de Taguatinga. Serão aproximadamente 930 metros de pista sob a Avenida Central. O projeto é semelhante ao Buraco do Tatu, na rodoviária do Plano Piloto. Serão dois anos trabalhando na obra, que promete ser o grande desafogo do transito da cidade para os próximos anos.
Integrante do Movimento Taguatinga Unida (Movitu), o advogado Wílon Vander Lopes reconhece a necessidade da construção do túnel, mas condena as medidas paliativas e tardias que são tomadas quando a cidade cresce. “Taguatinga hoje é uma região conurbada (veja saiba mais) e precisa de um replanejamento macro”, aconselha. “O túnel será como transplantar um coração para um corpo que está com todo o seu resto danificado. Vai melhorar, mas não vai resolver”, lamenta.
Já o empresário Márcio Guimarães defende que o túnel seja ampliado, começando bem antes da entrada do atual viaduto, ainda na EPTG, e saindo bem depois da Avenida Samdu, na Elmo Serejo, próximo ao estádio Serejão. “Taguatinga não pode mais se contentar com migalhas. A cidade tem sido muito sacrificada nos últimos anos. Esta obra é definitiva. Sem não ficar bem feita, em nada aliviará o trânsito da área central”, afirma.
Saiba Mais
A conurbação é um fenômeno urbano que ocorre quando duas ou mais cidades se desenvolvem uma ao lado da outra, de tal forma que acabam se unindo como se fossem apenas uma. Taguatinga, Ceilândia, Vicente Pires e Águas Claras são um exemplo de conurbação.