Segundo o Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado neste início de dezembro, o Brasil acaba de conquistar o campeonato de violência do planeta. Embora a taxa de homicídios, no cômputo internacional, tenha tido uma queda de 16% entre 2000 e 2012, nossa “pátria amada, salve, salve!” permanece na contramão dessa pequena melhora, liderando o ranking de criminalidade com destaque sensacional. Como os números não mentem jamais, consoante essa pesquisa, em 2012 ocorreram mais de 64 mil homicídios em todo o território nacional, isso sem contar com a violência de estupros de crianças e mulheres, agressões a pessoas idosas, roubos em residências e sequestros relâmpagos.
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Como nos 133 países pesquisados o total contabilizado em 2012 ficou em exatos 475 mil assassinatos, em termos per capíta a taxa brasileira representa cinco vezes mais que a média internacional. Sobre o assunto, Alex Butchart, coordenador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Prevenção da Violência, afirma: “Nós acreditamos que em países em desenvolvimento as medidas para prevenir a violência não são resolvidas por iniciativas de cunho social. Há outros fatores por trás do alto índice de homicídios registrado em 2012 no Brasil, como o fácil acesso a armas de fogo”.
Respeitosamente, discordamos das palavras de Butchart, porém longe de querer defender nosso país pela conquista deste vergonhoso campeonato mundial. Basta citar, apoiado neste mesmo relatório da ONU, que os Estados Unidos, onde a venda de armas de fogo é legal (ao contrário do Brasil, onde o cidadão pode ser preso em flagrante por porte de arma de fogo ou arma branca), os norte-americanos ficaram em sétimo lugar na relação dos 10 países em que mais ocorreram homicídios em 2012, com um total de 17.293 mortes. Ou seja: com menos de 47.064 assassinatos do que o Brasil.
Como se explica essa brutal diferença? A resposta é simples: lá existe a pena de morte para quem mata. E aqui acontece a impunidade. Lá, o assaltante conta até 10 antes de puxar o gatilho, lembrando que pode ser fritado numa cadeira elétrica ou decapitado numa guilhotina. E aqui, o bandido mata para experimentar a pontaria, ciente de que se for preso, terá boa vida na cadeia e poderá fugir no próximo indulto de Natal, o que vai acontecer daqui a alguns dias.
E, infelizmente, não tem Papai Noel que dê jeito!