Do episódio surrealista de novela policialesca ocorrido recentemente tendo como palco a área central do Plano Piloto, dá para tirar duas tristes conclusões: a fragilidade de nossa legislação penal e, consequentemente, o risco permanente em que se encontra a população de Brasília, diante da onda de violências que está virando rotina. O fato em pauta aconteceu na terça-feira (4), por volta do meio-dia, quando um Gol vermelho invadiu a área ajardinada do Palácio do Buriti e foi parar na calçada.
- Advertisement -
Os PMs que dão plantão no prédio tomaram um susto com a saída de dentro do veículo de um homem empunhando uma faca, com a qual tentou quebrar uma das vidraças externas do edifício público e, em seguida, saiu correndo. Pouco depois, parou na frente de uma moça que se encontrava no ponto de ônibus, deu-lhe uma gravata e colocou a ponta da lâmina no pescoço da jovem.
A dramática cena duraria exatos 40 minutos a céu aberto, diante de policiais armados, de repórteres e centenas de populares, que assistiam tudo em estado de suspense. Em vão, um capitão da PM mantinha nervoso diálogo com o agressor, tentando demovê-lo de seu intento. O bandido interlocutor respondia com frases desconexas, exigindo a presença da presidente Dilma Rousseff e um revólver, dando a entender que queria acabar com a própria vida.
Felizmente, atiradores do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM), conseguiram afinal derrubar o homem com um tiro de Taser (arma de choque, mas não letal) e mais dois impactos de balas de borracha.
Finalmente, mais um ato criminoso foi documentado no inquérito aberto no 5º Distrito Policial: a quase vítima chama-se Jurema Assunção, 28 anos, e trabalha como bibliotecária do Tribunal de Justiça. E seu algoz: o motorista Robson Martins da Silva, de 33 anos.
E atenção, muita atenção: Robson já foi condenado por homicídio, tentativa de homicídio, roubo e porte de arma de fogo. O mais incrível: ele cumpria pena em regime domiciliar, ou seja, ficava solto para delinquir outra vez, impunemente.
Como se vê, a cada dia torna-se mais premente uma ação severa da parte da Justiça e de seus magistrados, que dão a impressão de terem medo de contrariar os defensores dos Direitos Humanos.
A propósito, continuo a favor da Pena de Morte legal, provavelmente o único jeito de estancar a sangria da criminalidade local e nacional.