Com o fim da Copa do Mundo e a proximidade das eleições, os temas econômicos voltam ao centro da atenção dos analistas. A primeira indicação importante sobre os rumos da economia no segundo semestre será conhecida amanhã, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) definirá qual será a taxa básica de juros (Selic) até meados de setembro. Pela previsão dos especialistas, a Selic será mantida em 11% ao ano até o fim de 2014. Nos próximos meses, contudo, o BC viverá o dilema de escolher se dá mais peso à inflação ou ao crescimento do país na hora de tomar decisões.
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A perspectiva é de que, com a atividade industrial em franco desaquecimento, o Produto Interno Bruto (PIB), que teve expansão de apenas 0,2% de janeiro a maio, pode até registrar queda no segundo e no terceiro trimestres, tudo isso acompanhado de uma inflação que teima em não ceder. Se olhar mais para a atividade econômica, o BC tende a pesar menos a mão nos juros. Se quiser recolocar os preços sob controle, a tendência seria manter o rigor com as taxas. Em qualquer caso, o cenário eleitoral não facilita em nada as opções do Copom, sob o comando do presidente do BC, Alexandre Tombini.
Conforme o último boletim Focus, divulgado ontem pelo BC, a expectativa do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014 subiu de 6,46% para 6,48%. A visão do Top 5, grupo das cinco instituições financeiras que mais acertam as projeções é ainda mais pessimista: alta de 6,58%, rompendo o teto da meta, de 6,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Piorou também a previsão sobe a evolução do PIB, que era estimada em 1,07% na semana passada, e caiu agora para 1,05%. A maioria acredita ainda que a Selic será elevada para 12% em 2015.