O deputado federal Izalci Lucas ainda não se deu por vencido, “nem convencido”, de que seu correligionário Luiz Pitiman é a melhor opção do PSDB para disputar a sucessão do governador Agnelo Queiroz (PT). Eleito em 2010 com 97.914 votos, contra 51.491 de Pitiman, e com a experiência de ter exercido anteriormente mandatos de deputado distrital, Izalci considera-se “pronto para concorrer ao Executivo”.
- Advertisement -
Assim, embora o presidente regional tucano, Eduardo Jorge, e o presidenciável Aécio Neves tenham sinalizado a preferência pelo nome de Pitiman – que foi eleito pelo PMDB e transferiu-se para o PSDB exatamente com o propósito de obter legenda para disputar o Palácio do Buriti –, Izalci ainda nutre a expectativa de reverter esta situação durante as convenções partidárias previstas para maio e junho próximos.
“Tenho feito o meu dever de casa nos últimos três anos”, diz. Eleito com o discurso de defesa da educação e do desenvolvimento tecnológico do País, Izalci fundou a Frente Parlamentar da Ciência, Tecnologia, Inovação e Pesquisa da Câmara dos Deputados. “Todas as terças-feiras, nós nos reunimos ou promovemos eventos para debater temas do setor, e já obtivemos grandes avanços nos últimos anos”, garante. Além disso, ele teve atuação marcante na PEC da Ciência e Tecnologia e no Plano Nacional de Educação (PNE).
O parlamentar ressalta a avaliação anual feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que o classificou em oitavo lugar em 2012 e em quinto lugar em 2013. O levantamento leva em consideração aspectos como a apresentação de projetos, relatorias de comissões e pronunciamentos no plenário acerca desses assuntos. Assim, na média, Izalci ocupa o primeiro lugar entre os 513 deputados federais na defesa desses temas, e não sofre qualquer concorrência dos outros sete parlamentares da bancada do DF na Casa.
Tarefa árdua
Izalci acredita que Pitiman tem uma “tarefa árdua” para unir o PSDB e, principalmente, outros partidos de oposição em torno de seu nome para as eleições de outubro. Ele afirma ter “dificuldade de entender” o que leva a cúpula tucana a preferir o nome de Pitiman em detrimento ao seu. “Existem pesquisas mostrando que minhas intenções de voto, tanto estimuladas como espontâneas, são três ou quatro vezes superiores às dele”, revela.
“Política não se faz sem convencimento. Continuarei cumprindo meu dever de casa, promovendo reuniões e levando a mensagem do Aécio Neves a todos os cantos do DF. Acredito que esta situação não é definitiva e que nós poderemos mudá-la nas convenções do partido”, afirma Izalci. E encerra: “Como bom mineiro, dou um boi pra não entrar numa briga, mas dou uma boiada pra não sair dela”.
Desagregador
Também alvo da desconfiança do presidente regional do Democratas, o ex-deputado Alberto Fraga, quanto à sua capacidade de liderar a oposição nas eleições de outubro, Pitiman vê essas avaliações como desagregadoras. Ele admite as dificuldades, mas se diz aberto ao diálogo, tanto dentro do PSDB como com outras legendas. Ele, da mesma forma que Izalci, assegura que sua prioridade é montar um palanque forte para Aécio Neves na capital da República. “Exceto o PT, temos espaço para todos”, avisa, tentando evitar polêmica com seus correligionários ou possíveis futuros aliados, entre eles Izalci e Fraga, além da deputada Eliana Pedrosa, pré-candidata ao GDF pelo PPS.