A exposição À sua Saúde, em cartaz no Museu Nacional, em Brasília, conta a história da saúde no Brasil por meio de pinturas, esculturas, instalações, vídeos e propagandas de medicamentos. Dividida em dois núcleos – o histórico e o contemporâneo -, a mostra traz obras de artistas como Adriana Varejão e Arthur Bispo do Rosário.
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A exposição aborda temas da saúde pública e da regulação sanitária como remédios, alimentos, fitoterápicos, fronteiras aquáticas, aéreas e cosméticos. A saúde desperta especial interesse em um país que ocupa o sexto lugar no ranking mundial de consumo de medicamentos e deverá chegar à quarta posição em 2016, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que patrocina a mostra.
O diretor-presidente da agência, Dirceu Barbano, disse que a exposição é “rara oportunidade de mostrar à sociedade o importante papel da regulação no desenvolvimento econômico e social do País, aliando elementos lúdicos e também educativos”.
Para a coordenadora-geral do projeto, Daiana Castilho Dias, a exposição nasceu do interesse em criar um percurso mais simples entre a pesquisa científica na área da saúde e a população. “E a arte faz esta ponte com muita naturalidade”.
O núcleo histórico está dividido em três eixos: cura xamânica, cura tradicional e cura pela fé. Na entrada da parte histórica, chama atenção a representação da primeira botica (farmácia) do Brasil, montada em tamanho natural, a partir da aquarela do pintor francês Jean-Baptiste Debret, da década de 1820. Entre os objetos, uma maleta com uma farmácia portátil que os médicos do século XIX usavam para preparar medicamentos
A cura xamânica traz uma instalação interativa em que sacos de chás pendurados podem ser tocados e é possível saber mais sobre as ervas e suas propriedades. A cura pela fé, na sala dos milagres, há os oratórios do videoartista Eder Santos.
Há também na exposição ambientes criados para relatar a Revolta da Vacina, protagonizada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, em 1904, e a quarentena imposta aos viajantes que chegavam ao país pelos portos de Salvador e do Rio
Para disputar a preferência dos consumidores, a publicidade é forte aliada. A exposição exibe anúncios de medicamentos desde o início do século passado, mostrando a evolução dos rótulos e o design de cada época.
O núcleo contemporâneo, por sua vez, traz nomes consagrados das artes plásticas que trabalharam o tema saúde. “Entendemos saúde a partir de um espectro amplo de sentido, relacionado a sangue, tecidos, órgãos, alimentos, fronteiras, saúde mental e remédios”, explicou a curadora da parte contemporânea, Polyanna Morgana.
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Nesta seção, é possível ver esculturas de Louise D.D., que tratam dos antidepressivos. A artista, que sofre de depressão, fez uma tatuagem tarja preta no braço. A foto está em exibição. Já Bispo do Rosário, com seus bordados e estandartes, criou um universo lúdico na Colônia Juliano Moreira, em uma época em que se aplicavam eletrochoques e outros tratamentos violentos para quem tinha distúrbios mentais. A mostra apresenta 22 trabalhos do artista.
À sua Saúde está em cartaz até 30 de março, de terça a domingo, das 9h às 18h30. A entrada é gratuita.