O Ano Novo chinês já começou. A festa de comemoração, em Brasília, também foi para o mestre Woo, que há 40 anos pratica o tai chi chuan e repassa os ensinamentos do taoismo à comunidade.
O médico Moo Shong Woo, de 83 anos, nasceu em Taiwan, estudou nos Estados Unidos e mudou para o Brasil em 1961. Ele morou em São Paulo e em Minas Gerais e hoje reside em Brasília. É adepto da medicina chinesa e acupunturista. Em 1974, começou a praticar tai chi na Praça da Harmonia Universal, na Asa Norte, e atraiu outros praticantes e seguidores. “É uma cultura milenar de interiorização. Faz bem para a saúde, o corpo e a mente”, disse mestre Woo.
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Ele explica que todas as pessoas podem praticar uma vez que ajuda, inclusive, no bem-estar dos enfermos. “Aqui tudo é gratuito, porque o amor de Deus é gratuito. Essa é a minha missão, o ensinamento não só exterior, mas para que a mente e o espírito possam se elevar”.
A Associação Being Tao surgiu na década de 1980 a partir das práticas do mestre Woo e propõe um estilo de vida diferente. Segundo o presidente da associação, Antônio Prates, que pratica tai chi há praticamente seis anos, mais que uma associação, é um movimento que adota os princípios do taoísmo, como fraternidade, saúde, paz, harmonia nas relações, e inclui a prática do tai chi chuan e a leitura do livro de Lao-Tsé,Tao Te Ching, considerada a Bíblia do taoísmo.
“A prática consiste em uma meditação, alongamento, auto massagem e exercícios de energia, é uma expressão física de uma visão espiritualizada do mundo, da busca da própria essência e da verdade interior, independentemente de qualquer doutrina, mestre ou filosofia”, explica Prates. As práticas acontecem, diariamente, na Praça da Harmonia Universal, às 6h. De segunda a sábado, as aulas são às 7h30 e, às segundas-feiras e quartas-feiras, às 19h.
Em fevereiro, a associação dará início a uma turma de iniciantes aos domingos, a partir das 8h. Também está na programação, para setembro e outubro deste ano, uma excursão à China, para quem deseja conhecer melhor a cultura e praticar o tai chi. “Faça chuva ou faça sol, horário de verão ou não, todos os dias, às 6h, o mestre Woo está lá. É um mestre em todos os sentidos, conhece muito bem o funcionamento do organismo humano e é de uma generosidade extrema, faz esse trabalho sem visar qualquer recompensa”, disse Prates.
Andressa De Bessa, de 22 anos, estudante de artes visuais, pratica tai chi chuan a cerca de seis meses e sentiu uma grande mudança mental. “Eu era uma pessoa completamente confusa e bagunçada e a prática me equilibra em vários aspectos, nos estudos, na vida social, consegui me organizar melhor. Além da questão do equilíbrio físico, passei a ter mais noção do meu espaço e das pessoas ao meu redor”.
Segundo Aristein Woo, filho do mestre Woo, a prática, que foi pioneira no Brasil, atraiu pessoas de outros estados, entre eles o padre Mira, um jesuíta que se interessava pela cultura oriental. Ele explica que o padre montou núcleos da associação em Florianópolis (SC) e no Japão. “Ao lado do padre Mira, existem casos semelhantes e hoje temos núcleos em Florianópolis, Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), e fora do Brasil, em San Marino e Tóquio”.
Aristein, que também é médico acupunturista, faz parte da Gerência de Práticas Integrativas em Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, e conta que, em 2006, a partir da observação do governo local do crescimento da prática e dos benefícios apresentados, fez uma parceria com a associação para que fossem capacitados servidores capazes de oferecer a prática nos centros de saúde. “Fizemos duas capacitações, em 2006 e 2011, e, em 2014, teremos outra turma. Atualmente o tai chi chuan é oferecido em 16 pontos de atenção da secretaria, a maioria centros de saúde, para a comunidade local e pessoas em tratamento.”
Os chineses comemoraram a chegada do Ano Novo nos dias 30 e 31 de janeiro. Pelo calendário, 2014 será o ano do Cavalo de Madeira, um bom período para a saúde financeira. Para todos em geral, o ano do Cavalo trará bons ventos, fartura e sorte.