A direita brasileira, eterna usurpadora das riquezas desse país, que sonega descaradamente e depois se esbalda pelas ruas e lojas de Miami, Nova Iorque e Paris, frequentando os melhores hotéis e restaurantes, onde se fotografa sorridente e feliz da vida a todo instante, para depois postar nas redes sociais, onde mata de inveja a patuléia que, no máximo, pode ir ali a Porto Seguro, não se envergonha nem um pouco com a exploração do povo desde a chegada de Cabral há mais de 500 anos.
- Advertisement -
A maioria tem um emprego público, mas lá geralmente não aparece. Como é o caso dos médicos que estão se demitindo, porque o governo passou a exigir que batam ponto na entrada e saída do serviço, como o faz todo trabalhador decente. Chegavam na hora que queriam e iam trabalhar o dia que queriam, mas mesmo assim raramente compareciam ao trabalho, pois geralmente passam suas preciosas horas em seus consultórios e utilizam o emprego publico como complemento da renda mensal e futura aposentadoria.
Essa direita burguesa inescrupulosa aparece com cara de chocada pelo simples fato da comitiva brasileira, em trânsito, de Davos, na Suíça, para Cuba, ter pernoitado em Lisboa, se hospedado em hotel de luxo e frequentado um dos melhores restaurantes da cidade. FHC era craque em fazer isso e não aparecia em nenhum momento os álvaros dias, caras de patetas ou peruas em estado de choque para reclamar.
Em Belo Horizonte, o jornalista Marco Aurélio Flores Carone, denunciou as falcatruas do governo FHC na gestão de Furnas, o que foi comprovado pela policia federal. Esse jornalista, que tanto contraria os interesses de Aécio Neves, se encontra preso por ordem da juíza Maria Isabel Fleck, da 1ª Vara Criminal, em Belo Horizonte. Isso não choca essa burguesia hipócrita e nem mesmo aos seus companheiros e companheiras de profissão.
O escândalo do mensalão choca a esses eternos membros da casa grande, mas os milhões e milhões de dólares do propinoduto desviado do metrô em São Paulo nas gestões do PSDB, denunciado pela alemã Siemens, cujo dinheiro foi parar no bolso da elite política do partido, também não choca e não provoca nenhuma manifestação de indignação. A compra do segundo mandato de FHC, que transformou o Congresso no mais escandaloso e evidente balcão de negócios, tarefa realizada com maestria pelo finado Sergio Mota, também não deixa os membros da elite chocados.
- Advertisement -
As patifarias do Banco Araucária, pertencente à família Bonhausem, presidente do PFL na época (hoje Democratas), com evidências de remessa ilegal de dinheiro para paraísos fiscais, quando as investigações já estavam chegando à família do senador, por ordem expressa do ocupante do Planalto na época, tiveram que ser abortadas. Ninguém foi preso ou punido e a direita, com um deles flagrados com a mão na botija, não ficou estado de choque. O silêncio sepulcral, cúmplice e corporativista foi a única reação.
As privatizações no governo de FHC, quando empresas foram vendidas – como a Vale (o filho de FHC é executivo lá), por um preço irrisório e no ano seguinte já dava um lucro maior do que o seu preço de compra, o que deixou o mundo financeiro internacional escandalizado, também não chocou essa direita secular e viciada em falcatruas com o dinheiro público.
O senador Demóstenes Torres, que era do DEM teve os negócios escusos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira reveladas em público, novamente a direita recorreu ao silêncio, enquanto nos bastidores, junto à imprensa golpista, tentava encobrir as patifarias. O senador perdeu o mandato e Cachoeira ficou preso por um curto período. Já está livre, leve e solto, enquanto o ex-senador, que se autoproclamava paladino da moralidade, passeia pelas principais cidades europeias e das dondocas aqui não se ouve nem um pio.
Temos embaixadas no exterior que são verdadeiros palácios e os contratos não podem ser rompidos sob pena de pesadas multas, contratos esses ainda da gestão de FHC. Como a maioria dos nossos diplomatas é oriunda da casa grande, essa elite desavergonhada não se choca, até porque lá estão seus representantes.
Valter Xéu*
*Valter Xéu é editor dos portais Pátria Latina e Irã News