A dor na coluna, historicamente associada ao envelhecimento, tem atingido cada vez mais adolescentes e jovens adultos. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde estimam que 8,7% das pessoas de 18 a 29 anos convivem com dores crônicas nas costas. Especialistas associam o avanço desse quadro ao sedentarismo e ao uso prolongado de telas, que mantêm o corpo por longos períodos em posições que sobrecarregam a coluna.
“Pacientes mais jovens estão apresentando queixas antes vistas apenas em idosos, com aumento de dor cervical relacionada ao uso de celular, notebook e trabalho remoto”, afirma o neurocirurgião e cirurgião de coluna Breno Barbosa, do Hospital Mater Dei Goiânia.
Ele ainda observa que a dor lombar tem sido associada ao baixo condicionamento físico em vez de apenas ao esforço pesado. Além disso, segundo o especialista, fatores como contraturas, sobrecarga muscular, alterações posturais, doença degenerativa da coluna e hérnia de disco também estão entre as causas das dores.
Diagnóstico e tratamento
Barbosa explica que o diagnóstico começa pela avaliação clínica e exame físico. Exames de imagem entram em cena quando a dor persiste por mais de 4 a 6 semanas ou quando há sinais neurológicos, como formigamento ou perda de força.
Os principais exames indicados incluem radiografia, tomografia, ressonância magnética e eletroneuromiografia. “O exame de imagem ajuda muito, mas não substitui a avaliação clínica, que continua sendo fundamental para um diagnóstico preciso”, reforça.
A maior parte dos casos melhora com medicação, fisioterapia e reabilitação ativa. Já a cirurgia é recomendada em situações como déficit neurológico progressivo, dor incapacitante sem resposta ao tratamento ou condições graves, como mielopatia cervical e síndrome da cauda equina.
Prevenção
Para o especialista, o aumento da dor em jovens é um reflexo direto do estilo de vida contemporâneo. “A prevenção hoje passa por fortalecimento muscular, boa ergonomia e movimento. Ficar parado, seja sentado ou deitado, é o que mais sobrecarrega a coluna”, aponta.
Entre as estratégias recomendadas estão praticar atividade física regular, pausas durante o trabalho ou estudos, controle de peso, e evitar automedicação e analgésicos por longos períodos.