25 de novembro de 2025 ficará gravado como a data em que o Brasil mandou líderes golpistas para o xilindró
O Brasil viveu um dia histórico na terça-feira (25), quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que chegou a hora de Jair Messias Bolsonaro começar a cumprir a pena de 27 anos e três meses por atentar contra a democracia.
Ele continuará preso na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde já estava detido preventivamente desde sábado (22) por tentar tirar a tornozeleira eletrônica. Em vídeo gravado por uma diretora de administração penitenciária, o ex-presidente confessa: “meti um ferro quente aí”. Depois, sua defesa atribuiu o delito a uma “paranoia” causada por medicamentos.
A documentada confissão enterrou as narrativas iniciais do bolsonarismo. A primeira fake news dizia que o acessório no tornozelo de Bolsonaro teria “batido na escada”. A segunda acusava Xandão de “perseguição religiosa”, já que a prisão foi decretada após convocação do filho 01, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), para uma suposta “vigília” em frente ao residencial de seu pai.
Moraes autorizou a prisão preventiva por considerar alto o risco de fuga, após tentativa frustrada de tirar a tornozeleira. Segundo a PF, a cela de Bolsonaro tem 12 metros quadrados, foi reformada recentemente, conta com banheiro privativo, televisão, ar-condicionado, frigobar e janela. Além de preso, o condenado, que ainda sonhava em disputar as eleições de 2026, está inelegível até 2060.
Em plena liberdade, o presidente Lula se pronunciou no dia seguinte da decisão. “Eu estou feliz. Não pela prisão de ninguém. Estou feliz porque este país demonstrou que está maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude”, disse o mandatário, em tom de estadista.
GENERAIS – Além de Bolsonaro, outros 6 aliados condenados pela tentativa de golpe de Estado também foram encarcerados. Apenas Alexandre Ramagem permanece solto. Ele está foragido em Miami, nos Estados Unidos. O mandado de prisão dele será incluído no Banco Nacional do Monitoramento de Prisões (BNMP).
Confira as penas e o local de prisão dos condenados:
Jair Bolsonaro – ex-presidente da República: 27 anos e três meses. Local de prisão: Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022: 26 anos. Local de prisão: Vila Militar, no Rio de Janeiro.
Almir Garnier – ex-comandante da Marinha: 24 anos. Local de prisão: Instalações da Estação de Rádio da Marinha, em Brasília.
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal: 24 anos. Local da prisão: 19º Batalhão de Polícia Militar do DF, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI): 21 anos. Local de prisão: Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília.
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa: 19 anos. Local de prisão: Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília.
Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): 16 anos, um mês e 15 dias. Está foragido em Miami (EUA).