O partido do presidente argentino Javier Milei, La Libertad Avanza (LLA), venceu a disputa na Câmara dos Deputados realizada no domingo (26). Ele conquistou mais de 40% dos votos, superando a Fuerza Patria (oposição e peronista), que obteve apenas 24%.
O presidente argentino agradeceu aos que apoiaram as “ideias de liberdade para tornar a Argentina grande novamente”, em referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A sigla de Milei, que atualmente conta com 37 deputados, passará a ter o controle de mais de 90 cadeiras na Câmara, incluindo o apoio de aliados do partido Propuesta Republicana (Pro), do ex-presidente Mauricio Macri (2015–2019). Desse total, 64 assentos serão ocupados por representantes do partido governista. No Senado, onde antes não havia nenhum integrante da LLA, o governo conquistará 13 vagas.
As eleições de meio de mandato são consideradas decisivas para a governabilidade de Milei. O novo resultado garante ao presidente maior margem de manobra para negociar projetos e vetos presidenciais durante os dois anos restantes de mandato.
Setores da economia, a oposição moderada e organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), têm pressionado Milei a aumentar o diálogo político no que diz respeito às suas reformas. Entre as principais mudanças previstas até 2027 estão a reestruturação fiscal, a flexibilização das leis trabalhistas e alterações no sistema de proteção social.
Apesar das críticas, o governo celebra o controle da inflação, que caiu de mais de 200% para 31,8% ao ano, equilíbrio orçamentário inédito em 14 anos. No entanto, o chamado “maior ajuste da história”, como define Milei, também provocou fortes impactos sociais, com mais de 200 mil pessoas desempregadas.