Dizem por aí que “os números não mentem”. Porém, quando se trata de redes sociais de políticos, cabem interpretações (e, principalmente, análise de dados). Na última quinzena, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Rep.) teve dois dos posts mais engajados entre os possíveis candidatos à Presidência da República.
No dia 7 de outubro, um vídeo publicado no Instagram atingiu 6,3 milhões de visualizações e ultrapassou a marca de 550 mil curtidas. Uma marca, a princípio, digna de comemoração. Mas nem sempre é assim. O conteúdo era um pedido de desculpas do governador pela declaração no mínimo infeliz sobre a crise do metanol em seu estado: “Quando for Coca-Cola, eu me preocupo”.
Dois dias depois, outro vídeo viral de Tarcísio. Desta vez, o governador desmentiu uma fake news, que circulou pelos grupos de WhatsApp e que envolvia seu nome. Em ambos os casos, o governador tentou emplacar realizações feitas pela sua gestão no decorrer dos vídeos explicativos.
Já no dia 17 de outubro, as menções a Tarcísio de Freitas subiram consideravelmente, conforme dados obtidos pelo Brasília Capital. Agora, não mais provenientes de suas próprias redes. A causa foi uma ação da Polícia Civil de São Paulo que gerou polêmica nas redes. O foco das menções negativas ao governador foi um tweet do deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP).
Em contrapartida, dois presidenciáveis com menores índices de intenções de voto, segundo pesquisas, tiveram bons números com conteúdos publicados na última semana. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), reagiu, no melhor estilo CazéTV, a uma fala de Lula e foi o post com melhor porcentagem de engajamento entre os pré-candidatos.
Eduardo Leite (PSD) usou inteligência artificial para reforçar seus laços com seu estado, o Rio Grande do Sul, e sua família. Lula publicou o terceiro conteúdo proporcionalmente mais engajado entre os presidenciáveis: um carrossel de fotos com o Papa Leão XIV e a primeira-dama, Janja.
Diga-se de passagem, Lula tem aproveitado de agendas com autoridades internacionais para ganhar engajamento e explorar a imagem de estadista. A receita foi a mesma quando da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 24 de setembro, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron.