O pouco patrocínio no esporte não desanima a brasiliense Pollyanna Bezerra, de 42 anos. Educadora física há duas décadas e coach de crossfit, ela se prepara para mais um Campeonato Brasileiro da modalidade, que começa nesta quinta-feira (25). Mas, para chegar até lá, precisou recorrer à criatividade: venda de camisetas e rifas fazem parte da vaquinha montada para custear a viagem e a inscrição.
Bezerra reconhece que ser atleta no Brasil é difícil, e no crossfit, um ramo não tão reconhecido, é ainda mais complicado. Hoje, além de treinar, ela dá aulas no box Centaurus, que também lhe garante apoio financeiro, além de acompanhamento da sua nutricionista, Isabela Zago, e do treinador Ramirez.
“É um campeonato muito caro, é muito difícil chegar lá. Sábado passado fizemos uma feijoada aqui de arrecadação, foi um sucesso. Nós vamos trabalhando com o que conseguimos para conseguir o valor necessário”, afirma.
TRAJETÓRIA — Ao pensar na sua trajetória, a atleta relembra que começou no crossfit por acaso, acompanhando a companheira em aulas. “Acabou que ela desistiu e eu fiquei. Até que teve um momento da minha vida que eu pensei ‘eu quero trabalhar com isso, eu gosto disso, é o que eu quero para a minha vida.’ E hoje tem oito anos que estou no ramo”, explica.
Hoje, Bezerra já soma importantes conquistas no currículo. Ela ganhou o Campeonato Brasileiro de Crossfit em 2023 e, no ano seguinte, ficou com o vice, mesmo enfrentando lesões e dificuldades físicas.
Pollyanna Bezerra: “Independente do resultado, vai ser satisfatório para mim. Estou me sentindo muito bem preparada para este ano.” Foto: Antonio Sabino/BSB Capital
“Em 2023, eu fui bem despretensiosa, foi a primeira vez que eu participei e ainda consegui me surpreender com o primeiro lugar. Ano passado, eu tive um campeonato em Goiânia (GO) e me machuquei, o que limitou um pouco meus treinos, mas não tirou meu foco em nenhum dia”, relembra.
Para 2025, ela afirma que chega mais preparada mental e fisicamente “É claro que a gente não espera chegar lá e ganhar, porque tem outras atletas tão preparadas quanto a gente. Mas independente do resultado, vai ser satisfatório para mim. Estou me sentindo muito bem preparada para este ano.”
E mais do que medalhas, Bezerra quer levar a mensagem de que o crossfit é acessível a todos. “É um esporte para qualquer idade, não existe isso de que machuca. Pelo contrário, fortalece o corpo e melhora a vida. Minha promessa é só parar quando acabar, e não quando cansar”, incentiva.