Apesar de provas robustas como a minuta do golpe impressa no Palácio do Planalto, o plano de assassinato de autoridades (Punhal Verde e Amarelo) e a reunião com embaixadores para caluniar o sistema eleitoral brasileiro, a defesa de Jair Bolsonaro (PL) negou qualquer envolvimento do ex-presidente em uma suposta tentativa de golpe de Estado e em ações ligadas aos ataques de 8 de Janeiro. Os advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno sustentaram, nesta quarta-feira (3), no segundo dia de julgamento no STF, que não existem provas que relacionem Bolsonaro às investigações da Polícia Federal.
Leia também: 1º dia de julgamento no STF: PGR pede condenação dos 8 réus da trama golpista
“Ele [Bolsonaro] não atentou contra o estado democrático de direito, e não há uma única prova. Esse papel, essa minuta, essa questão, esse depoimento, não há uma única prova que atrele o presidente a Punhal Verde Amarelo, a Operação Luneta e ao 8 de Janeiro”, afirmou Celso Vilardi, na contramão do que diz o relatório da Polícia Federal e a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A defesa também tentou minimizar a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmando que o acordo com a Justiça é “inexistente em qualquer lugar do mundo” por conter “contradições e omissões”.
A segunda sessão da 1ª Turma do Supremo faz parte do julgamento do chamado “núcleo crucial” da trama golpista, após as eleições de 2022. Além de Bolsonaro, outros sete aliados são réus nesta etapa do processo. O julgamento continua na terça (9), às 9h, quarta (10) e sexta (12).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente de cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Se condenado por todos, Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão.