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Política

“DF está preparado para tarifaço de Trump”

  • Orlando Pontes
  • 15/08/2025
  • 09:00

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Foto: Matheus Savite/BSB Capital

Orlando Pontes e Tácido Rodrigues

O Secretário da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno, garante, nesta entrevista ao Brasília Capital, que, apesar de os Estados Unidos comprarem uma pequena parte da produção brasiliense, como mandioca descascada e sementes de grãos, o Governo do Distrito Federal está preparado para ajudar os setores venham a ser impactados com o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump. “O governador Ibaneis está coordenando o processo para identificar eventuais danos ao nosso agro e quais ações podem ser adotadas. A gente pensa muito na exportação, mas precisa pensar no mercado interno, já que os EUA são um dos principais produtores de fertilizantes”, diz ele, ao fazer, também, um balanço das obras de infraestrutura em áreas rurais.

O tarifaço de Trump afeta o agro do DF? O GDF tem um plano para apoiar os produtores que exportam para os EUA? – O governador Ibaneis Rocha tem coordenado esse processo para ver quais os impactos que o setor pode sofrer e as ações que as secretarias podem adotar. Na agricultura, a gente solicitou ao IPEDF (Instituto de Pesquisa e Estatística do DF), conjuntamente com a nossa equipe, um levantamento de quais cadeias podem ser prejudicadas, uma vez que o DF é um dos grandes produtores no Brasil. Na avicultura industrial de corte, temos aqui a maior densidade populacional de aves, algo em torno de 10,6 milhões de cabeças. Este é o principal produto pecuário exportado, basicamente cortes de frango. O principal comprador é a Arábia Saudita (50%), seguido de Japão, Rússia e México. Não temos os EUA nesse processo.

E no caso dos grãos? – Na cadeia da soja, nosso principal produto agrícola, identificamos que as exportações se concentram no Oriente Médio e Ásia, puxado principalmente pelo Paquistão, o nosso principal comprador desta comodite. Para os EUA, as exportações são em volumes muito pequenos e em mercados nichados. O DF é uma das melhores unidades da Federação para a produção de sementes de soja, milho, sorgo e outras. Exportamos semente de milho branco para o mercado norte-americano. Este ano tivemos um movimento junto a compradores para iniciarmos o processo de exportação de mandioca descascada e embalada a vácuo para os Estados Unidos, um novo mercado para a agricultura familiar do DF. Já estamos na fase de desenvolvimento de embalagem, seguindo os padrões estrangeiros. Neste setor, as exportações podem ter impacto de 50% de taxação. 

O mercado interno também é atingido com essas sobretaxas? – Sim. A gente pensa na exportação, mas precisamos pensar também na importação, no mercado interno. Aí, sim, os EUA têm um papel fundamental para o nosso agro. Eles são um grande produtor de fertilizante, um dos principais do mundo. O que estamos avaliando é o possível posicionamento do governo federal do Brasil frente às importações vindas dos EUA, já que foi declarado pelo presidente Lula a possibilidade de uma eventual retaliação. Se isso se concretizar, pode aumentar o custo de produção brasiliense por conta do aumento de custo do fertilizante e do defensivo agrícola, principalmente. Desde que assumi a Seagri-DF, temos buscado fontes alternativas para contornar o problema do fertilizante, que também sofre os efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia. 

Caso o embargo dos EUA sobre os produtos brasileiros se estenda por muito tempo, o GDF teria condição de comprar o excedente da produção interna? – Com certeza. Na verdade, o GDF já faz isso e está numa curva crescente. Subimos de R$ 40 milhões, em 2024, para R$ 55 milhões em 2025 em produtos adquiridos da agricultura familiar. Esses alimentos vão para a merenda escolar por meio do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). O que mostra que os agricultores familiares que produzem frutas, verduras e legumes e fornecem para esse segmento das compras públicas. Eles estão bem amparados por este GDF. É importante ressaltar que todos os produtos são comprados a preço de mercado, o que gera emprego e renda para o produtor.

Muito se fala da produção de morango e goiaba no DF, mas frutas como o mirtilo têm ganhado espaço. Por que isso ocorre? – Porque uma das preocupações do GDF é manter o homem no campo. E isso só é possível se houver viabilidade financeira para o produtor. O setor de hortaliças e legumes, por exemplo, tem uma capacidade de absorção limitada. A população do DF já é bem abastecida pelo produto produzido aqui. No caso da alface, nós produzimos, em 2024, mais de 1.200 hectares dessa folhosa. Agora, temos incentivado, aqui na Secretaria de Agricultura, a rota da fruticultura. O governador Ibaneis é um grande entusiasta desse projeto, com o apoio da Embrapa, da Emater e de outros parceiros. 

O GDF ajuda com financiamento da produção agropecuária? – Temos visto um grande apelo do pequeno produtor para culturas altamente rentáveis em espaços menores. Como geralmente são culturas de alto custo, o GDF tem auxiliado com o financiamento. Os juros praticados no Plano Safra estão muito além da capacidade de pagamento do produtor. No DF, temos o Fundo de Desenvolvimento Rural com juros de 3% ao ano, cinco vezes menor que o cobrado nacionalmente. Além disso, se o produtor pagar em dia, ainda abate 25% do valor da parcela. A fruticultura é a bola da vez porque em pequenos espaços produz alto valor. Um exemplo é o mirtilo, que não é uma moda, é uma cultura consolidada em todo o mundo e está caindo no gosto do brasileiro — eu mesmo sou um consumidor diário. Em 2.500 m², você tem 2.000 mudas plantadas e uma geração de renda próxima a R$ 160 mil ao ano. É muito dinheiro. Então, o governador liberou R$ 2 milhões a mais para o financiamento nessa cadeia. Estamos trabalhando agora por um aporte de R$ 3 milhões, à medida que vamos recebendo os projetos. E temos a assistência técnica da Emater, com técnicos capacitados, e pontos de comercialização que estamos abrindo. Também temos levado o DF para feiras internacionais.

Tão importante quanto a produção é a distribuição. As rotas de escoamento estão em boas condições de trafegabilidade? – Como comentei, estamos criando vários pontos de comercialização no DF. Entre eles, novos empórios, como é o caso do Empório Rural da DF-150. Vai ter um no Jardim Botânico, outro em Brazlândia, assim como galpões para os produtores comercializarem os seus produtos. Não adianta o agricultor produzir bem, ter o local para vender e não ter estradas em boas condições. Essa é uma preocupação deste GDF. Junto com a Secretaria de Governo, DER, Novacap e administrações regionais, temos feito um trabalho de recuperação das estradas de terra. Em 2024, chegamos à marca de 1.802 quilômetros de estradas recuperadas no DF, quase a distância de Brasília a Belém. Agora, a Seagri, junto com o DER, vai asfaltar 4 quilômetros em Brazlândia, na região do Bucanhão, onde se produz muito morango. Isto também vai facilitar o acesso das crianças à escola e ajudar a escoar a produção. A pedido do governador Ibaneis e da vice-governadora Celina Leão, está previsto o asfaltamento da nossa principal rota de escoamento de grãos, a DF-100, na região do PADF/Rio Preto. Temos feito um trabalho intensivo de manutenção na região para que, durante o período da chuva, não tenhamos caminhão atolado.

Uma reclamação recorrente é que o governo conserta as estradas na seca e quando chove os buracos voltam do mesmo jeito… – Isto mudou. Há uma manutenção muito eficaz das rodovias feitas pelo DER e das estradas rurais feitas pela Seagri. Nós não recuperamos simplesmente a estrada. Também fazemos a parte de escoamento de água para mitigar danos. E aí vale ressaltar algo que eu acho fantástico: só o Distrito Federal tem – e é ambientalmente muito interessante – a utilização do RCC (Resíduo da Construção Civil) no lugar do cascalho. Esse material vem de demolições e restos de obras pela cidade. Tudo isso é um lixo poluente para o meio ambiente. O SLU tem uma usina de britagem desse material, que é transformado em agregados pequenos e serve para recuperação das estradas rurais. Ou seja, o que era lixo, vira benefício. O RCC evita atolamento, afundamento da estrada e mantém a condição de trafegabilidade para que a produção rural chegue em condições adequadas aos centros de comercialização.

A Seagri tem feito apreensões de carnes e ovos por armazenagem incorreta, presença de ratos em granja e outras irregularidades. Como funciona essa fiscalização? – A fiscalização tem duas vertentes muito importantes. Uma é que o alimento chegue em qualidade para o consumidor final. Nós queremos garantir que o produto do DF seja reconhecido também pela sua qualidade. Precisamos manter isso. Muitas vezes, o produto irregular não é produzido aqui, e entra clandestinamente no DF. Outro ponto é o fato de preservarmos o mercado local. A inspeção tem por objetivo proteger o mercado formal, aqueles que operam dentro das regras. Vemos muitos casos de açougues clandestinos fazendo espetinho com carne não fiscalizada e armazenada em ambiente ruim. Provavelmente adquirida de forma mais barata, mas que coloca em risco a saúde do consumidor. O caso dos ovos foi emblemático, porque havia ratos transitando entre as as galinhas e sobre os ovos, o que representa um risco de contaminação muito grande, principalmente pela bactéria salmonella. Basta lembrar que aqui em Brasília temos o hábito de comer sanduíche com maionese, que é feita com ovo cru. Se houver contaminação, a pessoa pode ter a diarreia e até morrer. Por tudo isso, as fiscalizações continuarão avançando para garantir a segurança do consumidor e proteger o mercado produtor.

O caso da gripe aviária no Zoológico também foi controlado de forma rápida e o espaço reaberto em menos de 30 dias… – Verdade. O caso da gripe aviária foi bem interessante porque o primeiro caso no Brasil foi em 2023. Prontamente, o Ministério da Agricultura soltou alerta para os estados para que fizessem monitoramento e o governador Ibaneis liberou imediatamente o primeiro decreto de emergência zoossanitária. Isso foi fundamental, porque possibilitou colocar em prática e organizar o plano de contingenciamento. Quando tivemos a ocorrência da gripe aviária no Zoológico de Brasília em uma ave migratória, esse plano já estava pronto, com toda a equipe treinada e capacitada. Ocorreu um segundo caso logo na sequência. O plano novamente foi efetivo e hoje não temos caso ativo de gripe aviária. Depois desse episódio, fizemos uma ampla conscientização dos produtores. 

No DF, os produtores rurais têm respeitado a preservação ambiental? – Sim. Essa é uma preocupação que nós temos, de manter o produtor na atividade rural. Ele é o principal amigo do meio ambiente. Até porque se o trabalhador do campo não tiver água, não tiver condição de solo, ele não produz. Aqui no DF trabalhamos com muitas práticas conservacionistas. Nas estradas, a gente tem os “baciões” de decantação, os “bigodes”, que servem para levantar o leito, para que a água não escorra, nem cheguem materiais até o rio. Temos o plantio direto — em 2026, inclusive, vamos ter o 3° Encontro Mundial de Plantio Direto aqui em Brasília. Na Seagri há o programa Reflorestar, onde fazemos a recomposição da área florestal de até 2 hectares por propriedade, visando aumentar a produção de água. O projeto Produtor de Água é outra política pública, em que a Caesb remunera o produtor que preserva a nascente. Temos também uma parceria firmada com o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco para tubular vários canais a céu aberto construídos na década de 1980. O governo Ibaneis já tubulou mais de 100 quilômetros de um total de 230. Não é um trabalho fácil, porque é preciso abrir o sistema sem paralisar e depois fazer com que a água passe dentro do tubo. Essas obras garantem que nenhuma gota de água seja desperdiçada no processo de abastecimento.

Deixe um convite para a população prestigiar a ExpoAbra Brasília, que começa no fim do mês. – A ExpoAbra Brasília é a principal exposição pecuária do DF. Este ano, teremos a exposição nacional, com mais de 600 bovinos e cerca de mil animais confirmados. Haverá provas funcionais com cavalos quarto-de-milha, manga-larga, cavalgadas, rodeio e grandes shows. É um evento totalmente gratuito para o produtor, na Granja do Torto, de 29 de agosto a 7 de setembro. Esperamos toda a família brasiliense lá.

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