Os 39 integrantes da nova diretoria do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) tomaram posse oficialmente na noite dessa sexta-feira (19). A solenidade, realizada no Teatro dos Bancários, foi prestigiada por cerca de 500 pessoas. O grupo da Chapa 1 – “Mais Lutas, Mais Conquistas”, que venceu as eleições internas de 29 de maio com 58% dos votos, comandará a entidade até 2028.
Segundo Ritinha Olly, diretora que atua na Secretaria de Organização e Informática do Sinpro-DF, a principal meta para o próximo triênio é a reestruturação da carreira do magistério.
“Para este novo mandato que começa agora, a gente vem construindo a reestruturação do plano de carreira, que é o nosso principal objetivo. É a partir dessa reestruturação que poderemos alcançar valorizações do nosso salário, das nossas estruturas de trabalho. É uma luta sem fim”, apontou ela, que está filiada ao sindicato há 30 anos, mesmo tempo de atividade que tem na Secretaria de Educação.
Assumindo pela primeira vez a missão de fazer parte da gestão, João Macedo, diretor da Secretaria de Raça e Sexualidade e filiado ao Sinpro-DF desde 2011, defendeu que a luta de classes ocorra de forma interseccional.
“Um sindicato forte consegue fazer a interseccionalidade das pautas sociais com a luta sindical. Portanto, não podemos deixar raça e sexualidade de fora. Só assim vamos criar melhores condições para todos os trabalhadores e trabalhadoras da educação”, ressalta.
Inclusão e combate à violência
Já Márcia Gilda, diretora da Secretaria de Finanças e que trabalha na Coordenação Regional de Brazlândia, considera que os próximos passos devem ser na direção de um ensino mais inclusivo e menos violento.
“Temos muito trabalho pela frente. Vamos seguir lutando por melhores condições de trabalho, para que todos, sem exceção, tenham acesso a uma educação de qualidade. Também precisamos acabar com todos os tipos de violência que professores e orientadores educacionais têm sofrido no âmbito da escola”, afirma.
Acrescenta, ainda, que a chegada de novos quadros ajuda a oxigenar e potencializar as reivindicações da categoria. “A gente tem a renovação de 15 companheiros e companheiras. Isso é muito importante porque traz novas ideias, que aliadas à experiência, com certeza trará mais lutas e mais conquistas pra gente”.
Diálogo com o GDF
Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Legislativa, Gabriel Magno (PT) cobrou mais atenção do atual governo com os docentes.
“O GDF tem demonstrado pouco apreço pelo diálogo. E eu acho que a direção do Sinpro, mesmo diante dessas dificuldades, tem conseguido fazer um debate e organizar a luta de uma categoria tão importante, em conversa com a CLDF e com toda a sociedade. Estou aqui para reafirmar o compromisso de seguir junto com essa categoria e colocar, verdadeiramente, a educação como prioridade na nossa cidade”.
O distrital Chico Vigilante (PT) endossou. “Acho que o governo precisa respeitar melhor os educadores do Distrito Federal e trabalhar para que se atenda aos anseios da categoria, principalmente em relação ao plano de carreira e às condições de trabalho. No diálogo com o governador, ele prometeu climatizar todas as salas de aula do Distrito Federal. Nós vamos cobrar”, garantiu.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), por sua vez, destacou o compromisso do Sindicato dos Professores com a cidadania e a democracia. “O Sinpro tem feito muitos enfrentamentos àqueles que acham que a educação não tem que ser fortalecida e, certamente, seguirá firme em defesa dos direitos da classe trabalhadora”.
Na avaliação do secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Marivaldo Pereira, a nova gestão do Sinpro tem o desafio de dar continuidade à mobilização dos professores e professoras. “É fundamental que a direção do sindicato mantenha a unidade e o protagonismo que vem tendo para fazer com que o GDF reconheça a importância desses profissionais para a educação pública e para o desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal”.