José Matos
“E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai, não vos perturbeis, porque forçoso é que assim aconteça (…) Porquanto, se levantará nação contra nação, e reino contra reino (…) Igualmente, hão de surgir muitos falsos profetas, e enganarão a muitos (…) e, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará (…) Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo”, profetizou Jesus há dois mil anos.
Pobre humanidade que põe o dinheiro acima de tudo. Um país invade o vizinho, interessado em suas riquezas, e os outros nada fazem porque ganham muito dinheiro com a venda de armas, sem importar-se com a quantidade de viúvas, órfãos e mutilados que ficam.
Não obstante, nada disso aconteceria se a humanidade fosse educada; se as pessoas tivessem a personalidade integralmente desenvolvida: eu, você, nós. A primeira estrutura a ser formada é o “Eu”. Eu existo, sou diferente, posso pensar, ter gosto e viver de forma diferente. Isto não acontece para quem vive seguindo a moda e o consumismo.
A segunda estrutura é o “Você. Assim como tenho direitos, você também os tem. Deste entendimento nascem o respeito, a honestidade, a empatia e a regra de ouro: “não fazer ao outro o que não gostaria que fizessem comigo”.
Finalmente, se vivo interessado, percebo que vivemos em interdependência. Estamos, o tempo todo, precisando e dependendo uns dos outros. Assim, nasce a terceira estrutura: o “Nós”. Ela nos leva à solidariedade e à paz. Viver é nós. Todos se ajudando, todos aprendendo com todos. Era assim que viviam os essênios e os cristãos dos primeiros séculos. Fora da educação não há solução.
Mas há esperança à vista. Em muitos países está se praticando a Pedagogia do Afeto. “Aqui no Brasil, diversos autores, como Paulo Freire, Rubem Alves e estudiosos da Psicologia da Educação têm abordado a importância da afetividade na educação, que é vista como um elemento crucial para a construção do conhecimento, o desenvolvimento cognitivo e a formação integral do indivíduo”.
Há quase dois mil anos, Santo Agostinho ensinou: “Ame, e tudo o que você fizer estará certo”. Com a Educação do Afeto, a paz interna e externa.