O WhatsApp, aplicativo com presença massiva no Brasil, começa a integrar anúncios em uma área antes livre de publicidade. Em junho, a Meta confirmou a inserção de anúncios na aba Atualizações, que reúne Status e Canais, e testará a assinatura paga para Canais e o impulsionamento de conteúdo nessa seção.
A mudança faz parte de uma estratégia de monetização direta, voltada aos mais de 1,5 bilhão de usuários que acessam essa aba diariamente. A empresa afirma que as conversas pessoais, chamadas e grupos permanecerão protegidos por criptografia de ponta a ponta e sem interferência de anúncios.
Os anúncios serão exibidos entre os Status, formato semelhante aos Stories do Instagram, e em Canais, com presença orgânica e impulsionamento pago para ganhar visibilidade na aba Explorar. Ao interagir com um anúncio, o usuário será direcionado a um chat com o anunciante.
A segmentação dos anúncios se baseia em dados simples, como país, idioma do dispositivo, Canais seguidos e interações, além, opcionalmente, das preferências vinculadas a contas Meta, se o usuário ativar o Accounts Center.
A Meta garante que não serão utilizados conteúdos privados, como mensagens, para personalização do anúncio.
A inclusão de um modelo de assinatura para Canais segue a lógica de oferecer conteúdo exclusivo mediante pagamento, modelo já adotado em outras redes sociais. Inicialmente, a Meta afirma que não cobrará taxas sobre essas assinaturas, embora isso possa ser revisado futuramente.
A iniciativa ocorre durante a semana do festival de criatividade de Cannes Lions, reforçando o apelo publicitário da proposta. A implementação será gradual, alcançando o Brasil entre o fim de 2025 e início de 2026.
A Meta busca compatibilizar privacidade e monetização, crescendo sem sacrificar o caráter íntimo do aplicativo. Mas isso é possível?
O desafio será garantir que a experiência dos usuários, acostumados à plataforma sem anúncios, não seja afetada negativamente. Um risco avaliado por analistas como crucial para a aceitação da nova fase.