Nenhuma novidade sobre o que vai ser dito aqui: a começar que o Papa, tempos atrás, era uma espécie de instituição personificada no corpo de algum cardeal que, eventualmente, se tornasse o chefe da Igreja de Roma.
Com uma vantagem: ninguém sabia seu nome de batismo, as paróquias por onde pontificou, quantos mestrados e doutorados tinha, particularmente em Teologia – isso tudo antes de se tornar uma figura internacional. Ou universal.
A modernidade trouxe tudo isso para dentro de nossas casas. E, algumas vezes, até para nossas ruas, sendo esta então a forma de achar que conheceu o sacerdote, desde que ele começou a frequentar os espaços públicos.
Caso do João Paulo II, que, depois de passar por Brasília, viajou por mais de uma dezena de capitais, incluindo a de Minas, onde repetiu o clichê Que Belo Horizonte!, o que trouxe grande simpatia dos moradores.
(Supõe-se que, em vista da exclamação, ganhou até um grande terreno gramado e bem cuidado, algumas árvores e muito espaço, conhecido – como não poderia deixar de ser – por Praça do Papa).
Voltando à abertura e caminhando para o fechamento desta croniqueta: de repente, de uma hora pra outra, enquanto a TV mostra o rosto de mais de cem cardeais e o povo lotando a praça de São Pedro, já sabemos a biografia dos votantes, se eles são maioria de conservadores ou de progressistas.
Coisa inútil, diriam os moradores das cidades à época passada, sem nenhum constrangimento em dizer que não sabem os nomes de batismo dos papas. Pra quê?