De 2019 a 2023, a categoria bancária perdeu 27 mil postos de trabalho no Brasil, segundo dados da RAIS. Saímos de 455 mil para 428 mil trabalhadores – uma redução de 6% no período pós-pandemia. Ao contrário dessa tendência nacional, o Grupo Santander aparenta ter ampliado seu quadro funcional, saindo de 47,8 mil empregados em 2019 para 55,6 mil em 2023.
No entanto, o que parece uma boa notícia, na prática esconde uma estratégia perversa do banco: a substituição de bancários por trabalhadores contratados em empresas coligadas e controladas da holding Santander, com direitos inferiores e fora da convenção coletiva da categoria bancária.
Mesmo com o fechamento de 10% de suas agências no período (272 a menos) e a redução real de 6% das despesas de pessoal, o número de empregados cresceu. A explicação está na movimentação interna das despesas e da força de trabalho: enquanto as despesas de pessoal na estrutura do banco Santander caíram 22%, nas controladas e coligadas aumentaram 126%. Ou seja, o banco está terceirizando sua própria força de trabalho!
Empresas como a F1rst, com CNAE de “desenvolvimento de software sob encomenda”, e a Tools, classificada como prestadora de apoio administrativo, não seguem os mesmos direitos da nossa convenção coletiva. Hoje, estima-se que 54% dos empregados estejam no banco e 46% nas demais empresas da holding.
No entanto, os bancários ainda respondem por 73% das despesas de pessoal, enquanto os outros 46% ficam com apenas 26%. Isso mostra o claro objetivo: reduzir custos precarizando o trabalho.
O impacto disso é gigantesco: além de fragilizar nossa organização sindical, a estratégia compromete salários, PLR, benefícios, direitos e condições de trabalho – pilares da nossa luta histórica.
Ao enfraquecer os bancários e esvaziar a CCT, o Santander promove uma desvalorização sistemática da categoria. Tudo isso impulsiona o lucro do banco, que no ano de 2024 lucrou R$ 13,8 bilhões, com crescimento de 47,8%.
Mas esse lucro não fica em nosso país: mais de 90% das ações do Santander Brasil estão nas mãos de grupos internacionais, sobretudo na Espanha e na Holanda. Ou seja, o dinheiro que deveria gerar empregos e investimentos aqui, vai embora em forma de remessa de lucros.
É hora de dizer NÃO À TERCEIRIZAÇÃO no Santander! Nosso trabalho tem valor. Nossa luta tem história. Nossa categoria tem voz.