Me lembrei de uma canção de Ataulfo Alves falando de um amor que acabou por conta de maledicências, cujas eram feitas por pessoas que estavam à sua volta – o que levou a morena a deixá-lo com uma imensa tristeza.
Em consequência, por esses caminhos que só psicólogos e psiquiatras conseguem explicar, me chamaram a atenção palavras que, fora do contexto da canção, levam a gente a pensar no quanto estamos mesmo atentos à condição humana. Aqui, destaque à parte desse mundão de pessoas com a qual convivemos diariamente.
Pense. O que nos chama tanto a atenção em momentos natalinos como este, além das bolinhas coloridas dos filmes da TV? Os alvos pretos e pobres da violência policial? Mas essa violência é considerada legítima por seus superiores e, no fundo, por quem se sente livre de desordeiros, bandidos (bons são os mortos) e gatunos de supermercado. (Não se deve incluir aqui motoqueiros nem crianças.)
Nosso Natal, além do panetone, é feito também de notícias sobre a condição sub-humana dos que cumprem penas nos presídios. Para alguns parlamentares, isso não passa de um cruel detalhe ofertado por este vale de lágrimas.
E por isso tentam aprovar leis que desobriguem o Estado a fornecer papel higiênico e absorvente nas prisões – esquecendo que os presos estão, por lei, sob custódia do Estado. Deve ser o castigo extra para os que já estão com suas almas danadas.
A maldade dessa gente é uma arte, já dizia mestre Ataulfo.