Quem acompanhou o noticiário da semana pelos jornalões, digo, pela mídia, esperou que viesse logo atrás um pacote de editoriais e artigos de colunistas consagrados, todos falando sobre a aguardada reforma tributária e quejandas (!).
Por quê? Porque se tratava, basicamente, da famosa, protelada e jamais esquecida taxação dos mais ricos – ou, segundo a definição provavelmente de economistas: pessoas que ganham a partir de 50 mil reais mensais.
Quem ganha 50 mil não significa liberar o passaporte e sala de espera para vips. Nem pode ser confundido com um milionário. Fica claro que era uma abertura para, depois, conseguir chegar aos realmente ricos. Mas aí a porca torce o rabo.
Esperava-se que, pelo menos, uma voz da oposição, na Câmara ou do Senado, falasse desses 50 mil, para mostrar como o Imposto de Renda recorreria ao bolso de cada cidadão que ganha acima deste limite – para melhorar a vida de quem não tem nada.
Mas, não. O Mercado fez as contas na ponta do lápis para concluir que a alta do dólar tem a ver com a isenção de quem ganha os bilionários 5 mil mensais.
Com um ponta-direita aberto, indo até a linha de fundo, cruzando para a grande área, o Mercado viu sua tese ganhar outra partida neste jogo desigual. E já trabalha para ampliar sua reforma: punir também quem ganha até 2 mil mensais.
PS/ Fala, galera! Para os atleticanos, Minas tem a maior torcida do Botafogo do país; os botafoguenses retrucam que, no Rio, o Galo tem a maior torcida do balneário.