A Polícia Federal desencadeou, na manhã desta terça-feira (19), a Operação Contragolpe, que resultou na prisão de cinco pessoas, incluindo quatro militares do Exército integrantes do grupo autointitulado “kids pretos” por suas conexões com as forças especiais.
A operação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, teve como base a recuperação de conteúdos de telefones celulares e computadores do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid.
Mensagens apagadas por Mauro Cid e recuperadas com o uso de um equipamento israelense adquirido pelo governo passado trouxeram novas informações sobre uma articulação para tentativa de golpe de Estado no final de 2022.
Segundo as investigações, o plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, foi elaborado com o objetivo de restringir o livre exercício do Poder Judiciário e promover ações violentas para desestabilizar o processo de transição do governo.
Em reunião realizada na casa do general Braga Neto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro, definiu que os principais alvos eram o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o próprio Alexandre de Moraes.
Entre os detidos estão o general de brigada da reserva Mario Fernandes; o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima; o major Rodrigo Bezerra Azevedo; e o major Rafael Martins de Oliveira. Além deles, foi preso o policial federal Wladimir Matos Soares.
A PF segue investigando o caso e outros possíveis envolvidos no esquema. Mauro Cid, que está em liberdade após fazer um acordo de delação premiada, volta a depor esta tarde na Polícia Federal.