Tersandro Vilela (*)
O termo inteligência artificial foi criado na década de 1950, quando um grupo de cientistas vislumbrou, pela primeira vez, a possibilidade de criar máquinas inteligentes, dando início ao que hoje conhecemos como IA.
Nesse período, Alan Turing, um dos pioneiros da computação, propôs o “teste de Turing”, um experimento que tinha como objetivo avaliar se uma máquina poderia imitar o comportamento humano a ponto de enganar uma pessoa.
Foi a partir dali que se abriu caminho para a capacidade das máquinas de “pensar”. Mas o marco definitivo para a IA ocorreu em 1956, na conferência de Dartmouth, nos Estados Unidos, onde o termo “inteligência artificial” foi utilizado oficialmente pela primeira vez.
Organizada pelo cientista John McCarthy, a conferência reuniu dezenas de pesquisadores, dentre eles Marvin Minsky e Claude Shannon. O encontro lançou as bases para o desenvolvimento da IA como campo científico.
Naquele instante, o objetivo era criar sistemas que pudessem resolver problemas de forma autônoma. A ideia de que máquinas poderiam aprender e adaptar-se rapidamente atraiu investimentos e gerou uma onda de otimismo.
Esse entusiasmo levou à criação de linguagens de programação voltadas para IA, como o LISP, desenvolvida em 1958, que se tornou fundamental para os primeiros sistemas inteligentes.
A IA se expandiu nas décadas de 1960 e 1970 com a criação de sistemas como ELIZA, o primeiro chatbot do mundo, desenvolvido no MIT, e o Shakey, o primeiro robô móvel capaz de “pensar” seus próprios movimentos.
Esses avanços indicavam que a IA poderia, um dia, fazer parte do cotidiano. Mesmo assim, o desenvolvimento da Inteligência Artificial passou por altos e baixos. Nos anos 1970 e 1980, houve o chamado “inverno da IA”, quando o entusiasmo e os investimentos diminuíram.
A expectativa inicial de que máquinas inteligentes seriam rapidamente integradas ao cotidiano humano se mostrou exagerada, o que levou a uma pausa no desenvolvimento intenso da área.
Os anos 1990 marcaram um renascimento da IA, com o supercomputador Deep Blue, da IBM, derrotando o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, numa partida que valia US$ 1 milhão. Esse feito provou que a IA era capaz de realizar tarefas altamente complexas, reforçando o potencial da tecnologia.
Desde então, a inteligência artificial só cresceu. Hoje, ela está presente em assistentes virtuais, diagnósticos médicos e até em veículos autônomos, moldando o presente e o futuro da tecnologia.
Com as constantes evoluções e avanços, a IA continua a transformar a sociedade e a desafiar os limites entre a capacidade humana e a máquina.
(*) Jornalista pós-graduado em Filosofia e especialista em Liderança: gestão, resultados e engajamento