Mais uma vez, lá estarão, na chamada cabine indevassável, aqueles que exercem o direito ao voto facultativo pelas prefeituras de vários municípios brasileiros onde ocorrerá segundo turno.
Mas alguém pode retrucar que o voto no Brasil não é facultativo, mas obrigatório – de uma maneira bem brasileira, digo.
Para entender melhor a sutileza, direi apenas uma coisa: caso você não vote, pode apresentar, em determinado prazo, uma justificativa pela ausência. Ou esquecer tal justificativa e pagar uma multa.
E já foi saber no site do Tribunal Eleitoral quanto custa ao bolso do faltoso não votar nem justificar o seu sumiço?
Apenasmente – como dizia um amigo na sala de aula, para desespero da professora –, de R$ 1,05 a R$ 3,51; sendo este último aplicável apenas em casos extremos (imagino, mas não saberia dizer o quão graves eles seriam, caso me fosse perguntado).
Ora, a não ser pagando em cheque (tá, ou no cartão), você não vai encontrar as sobras de R$ 0,05 ou R$ 0,51 para ficar de bem com a Justiça.
Fazendo melhor as contas, mesmo que você vá de ônibus ou metrô, melhor gastar esse dinheirinho pra se sentir, pelo menos, um cidadão que pensa, de quatro em quatro anos, nos destinos do lugar onde mora – em vez de passar a procuração para os outros.
PS: Vamos para outro (?) tipo de conflito: a luta de boxe. Maguila, depois de um longo período, morreu por conta de uma doença neurodegenerativa, diz a mídia. Em outras palavras, de tanto levar porrada na cabeça durante anos e anos, praticando um negócio que é chamado, candidamente, de esporte.