Morte assistida é quando a pessoa se submete
a exterminar a própria vida pelas mãos de outras.
Suicídio assistido é quando a própria pessoa pratica
o ato, seguindo recomendações de outros.
Pessoas movidas, apenas pelo sentido material
da vida ou de fé muito fraca, acham que não vale a
pena viver quando adoecem gravemente, quando
perdem pessoas amadas ou quando a velhice as
alcança.
Estas pessoas erram terrivelmente, porque o
sentido maior da vida é a educação de si, e não a
produção (visão de máquinas). “Homens é que sois,
e não máquinas”.
Mais do que inteligência, precisamos de afeição
e doçura. Sem essas virtudes a vida será de
violência e tudo estará perdido”, lembrava Charles
Chaplin.
Na velhice, na doença ou na prisão, na
impossibilidade de produzir, é preciso voltar-se para
si, para observação, meditação e reflexão, para que
a alma se ilumine.
Qual é o objetivo da vida? “O objetivo da vida é
a iluminação da escuridão do ser”, ensinou Carl
Jung; ou “o aprendizado da arte de amar”, como
instruiu Luís Sérgio.
Victor Frankl, em seu livro “Em busca de
Sentido”, conta sua experiência em campos de
concentração na Alemanha nazista de Hitler.
Ensina ele que é preciso ter razão para viver e,
mais ainda, que nos campos de concentração só
sobreviveram aqueles que tinham um ideal a realizar
ou que tinham esperanças de encontrar pessoas
amadas.
No caso dele, o ideal era sobreviver para contar
as barbaridades do nazismo.
Além de sobreviver e contar em livros seu
martírio, Victor desenvolveu a técnica da
Logoterapia, para recuperar supertraumatizados. E a
ela dedicou-se até o final da vida, divulgando-a na
Europa e nos Estados Unidos.
Não basta topar em pedras. É preciso tirá-las do
caminho para que outros não topem. A um judeu
que queria suicidar-se, ensinou: “Se você suicidar-se
não encontrará seus entes amados” (crença
judaica). Foi o suficiente para o paciente desistir do
fim trágico.
Na quarta-feira (23), soubemos do suicídio
assistido do filósofo popular Antonio Cicero, na
Suíça, onde esta prática é permitida.
Não sei se o imortal da Academia Brasileira de
Letras (ABL) conheceu a filosofia de Spinoza ou de
Camille Flamarion, que viam Deus na natureza (ou
Deus era a própria natureza).
Talvez o brilhante intelectual não tenha lido
Santo Agostinho ou aceitado seu maior
ensinamento: “Ame! Amar é o bem ao outro quando
não espero recompensa”.
“Falta a você o bem feito aos outros”, ensinou
Chico Xavier para um jovem triste.
A verdade é que se você se deixar levar por
ideias pessimistas, dificilmente se livrará de perder o
próprio comando.
Ideias negativas, corte-as logo no início,
mudando o pensamento, e em seguida refletindo
com gratidão. A falta de gratidão é uma das piores
armas contra si mesmo.
Interesse por si, pelo próximo, pela vida.
Crescer, compartilhar, aprender sempre, inclusive
com seus erros e com os dos outros, sem culpar-se,
sem condenar os outros. Aprender com seus acertos
também é sabedoria para viver!