O primeiro turno das eleições municipais de 2024 deixa algumas lições, principalmente para os candidatos derrotados (a grande a maioria). Em termos de comunicação digital, o recado foi claro após a divulgação do resultado das disputas nas capitais: prefeitos que souberam se comunicar com a população durante (toda) a gestão se reelegeram já no dia 6 de outubro.
Foram os casos de Bruno Reis (Salvador-BA), João Campos (Recife-PE), Topázio (Florianópolis-SC), JHC (Maceió-AL) e Eduardo Paes (Rio de Janeiro-RJ). Cada um à sua maneira, ao longo dos últimos quatro anos esses gestores jamais deixaram de publicar e exaltar suas ações com bom humor e criatividade. E mais: tratam as redes como prioridade.
Outro aspecto importante é que as pesquisas sérias, apesar de toda a campanha difamatória das bolhas ideológicas, continuam sendo fundamentais para as campanhas e úteis para os ocupantes de cargos públicos. Elas são, mesmo, imprescindíveis tanto para os candidatos quanto para eleitores. Para aqueles, para definir estratégias; para estes, para balizar em quem votar.
É importante frisar que os levantamentos apontam para uma tendência, sempre com uma margem de erro e uma taxa de confiança bem abaixo dos 100%, deixando claro que não pretendem cravar o resultado com total precisão. Reforçando: elas mostram um retrato do momento e uma tendência daquilo que pode sair das urnas. São estudos científicos, e não bolas de cristal. Mas, nos casos dos prefeitos citados acima, todas as pesquisas sinalizavam exatamente para o resultado apurado nas urnas.
Mulheres mais fortes
Outro aspecto do primeiro turno deste ano é que aumentou a proporção de mulheres eleitas em primeiro turno, comparado com o pleito de 2020. Há quatro anos, apenas 12% das candidaturas escolhidas pela população eram mulheres.
Agora, apesar de o número continuar baixo, foram 18% (crescimento de 50%), provavelmente em função de um maior investimento nessas candidaturas através dos fundos eleitoral e partidário, que reservam uma fatia obrigatória de 30% exclusiva para elas.
Do total de 69.346 eleitos no primeiro turno, 12.417 são mulheres, número que tende a aumentar daqui quatro anos. Afinal, as mulheres eleitas terão quatro anos para fazer o que fizeram os personagens citados acima: mostrar serviço ao eleitorado e assegurar mais recursos para suas campanhas.