Há um mês, dedico este espaço semanal para tratar, quase exclusivamente, de um personagem: Pablo Marçal. Até aqui, ele vinha sendo o grande nome das eleições municipais de 2024. Mas, como ficou fora do segundo turno, comprometo-me que esta será a última coluna, pelo menos até o final da atual campanha eleitoral, que terá o ex-coach como tema central. A menos, claro, que ele volte a surpreender. O que, convenhamos, não é impossível.
Em 19 de setembro, logo após a cadeirada de Luiz Datena (PSDB) em Marçal, afirmei que, mesmo com a violência do apresentador de televisão, o candidato do PRTB era quem sairia perdendo. O motivo: tentativa frustrada de vitimização ao gravar um vídeo claramente falso dentro da ambulância. Pouco depois, ele mesmo se desmentiu.
Na semana seguinte, publiquei que a agressão do vídeo maker de Marçal ao marketeiro de Ricardo Nunes (MDB) poderia ser mais um golpe do ex-coach para se manter em evidência. Dias depois do fato, Duda Lima, o agredido, concedeu coletiva e afirmou: “Foi premeditado”. A tese dele, parecida com a minha, veio após o portal Metrópoles divulgar um vídeo mostrando que o agressor rasgou a própria camisa para tentar sustentar uma tese de legítima defesa.
Já na semana passada, afirmei que, apesar de suas redes sociais desempenharem papel fundamental nos dois dias que antecederiam as eleições, Marçal ficaria de fora do segundo turno. Entre outras razões, pela força que Jair Bolsonaro e Lula exerceriam sobre seus candidatos (Nunes e Guilherme Boulos, respectivamente).
Permita-me, então, caro leitor, a deixar a modéstia um pouco de lado: acertei todas as previsões.
Mas gostaria de esclarecer que, em todas as situações citadas, as análises são fruto de muito estudo. Afinal, para quem trabalha com redes sociais de políticos, é inevitável se debruçar sobre o fenômeno Pablo Marçal).
Por fim, não acredito que ele venha a ser um excelente cabo eleitoral nas próximas eleições. Tampouco no segundo turno das atuais campanhas municipais (não nos esqueçamos de que a pretensão do rapaz era se cacifaçar para concorrer à presidência da República em 2026).
Afinal, além da possibilidade de se tornar inelegível – em razão da farsa que armou com relação ao falso atestado médico contra Guilherme Boulos (PSol) na véspera do segundo turno –, também não conseguiu eleger seu irmão em Goiânia (GO) e nem seu tio em Mozarlândia (GO), quando ambos concorreram a vereador.
E antes que coloquem a culpa de tais fracassos na falta de experiência dos familiares, o atual vereador Daniel José (Pode), que foi chamado durante o pleito de “o vereador do Marçal”, tem quase 200 mil seguidores nas redes e não conseguiu se reeleger na capital paulista.
Portanto, se tudo correr bem, Marçal já é coisa do passado. O mal que tinha de fazer já fez. E o maior prejudicado poderá ter sido ele próprio. Ih! sem querer, encerro esta “Derradeira sobre o Marçal” com mais uma previsão sobre o ex-coach.