Larissa Lancaster (*)
Não é segredo que a população brasileira enfrenta um alto nível de endividamento. De acordo com o Mapa de Inadimplência elaborado pelo Serasa, em julho de 2024, 72 milhões de pessoas estavam inadimplentes. Ou seja, 44% da população do País está encalacrada de alguma maneira.
Um dos principais fatores que agrava esse cenário é, sem dúvidas, a concessão irresponsável de crédito por parte das instituições financeiras. O cartão de crédito lidera como a principal origem das dívidas familiares, refletindo a facilidade do crédito e a falta de educação financeira.
O cenário se torna ainda mais preocupante com o avanço da era das ‘bets’. Novas plataformas de jogos de azar surgem prometendo retornos altos e rápidos, alimentando a esperança de ganhos fáceis. A cada clique, a expectativa de sorte cresce. E é exatamente aí que muitos acabam caindo na armadilha, apostando tudo o que têm – e, muitas vezes, o que não têm.
O problema ainda é agravado pelo fato de que cartões de crédito podem ser utilizados para o pagamento das apostas. Isso significa que, além de enfrentar a alta probabilidade de perda do valor investido, muitos acabam sem recursos para pagar a fatura do cartão no final do mês.
Assim, diversos apostadores se encontram presos em um ciclo de endividamento. A situação é tão alarmante que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem defendido a proibição do uso de cartões de crédito para o pagamento de apostas eletrônicas e esportivas, preocupada com o crescimento dessas práticas e o impacto negativo sobre a capacidade das famílias de honrar suas dívidas.
Apesar dos riscos evidentes, há um incentivo constante para a prática de apostas nas redes sociais, alimentado por influenciadores digitais. Muitos deles promovem casas de apostas, exibindo um estilo de vida luxuoso e ostensivo, como se fosse resultado direto dos ganhos em jogos de azar.
O que não se mostra são as perdas, o desespero e o ciclo de endividamento que as apostas podem causar. No último dia 10, foi presa a influenciadora e advogada Deolane Bezerra, no âmbito da Operação Integration, investigada de uma suposta organização criminosa que atua em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. O cantor sertanejo Gusttavo Lima, também investigado no esquema, teve sua prisão preventiva decretada.
Diante desse contexto, é fundamental buscar orientação e apoio profissional para lidar com dívidas de forma responsável e segura. Entender seus direitos e contar com a expertise de quem tem experiência em renegociar dívidas e evitar armadilhas financeiras pode ser o primeiro passo para sair do ciclo de endividamento e retomar o controle da vida financeira.
Afinal, prevenir-se de escolhas impulsivas e proteger seu patrimônio é um investimento que vale a pena. Ter ao seu lado um advogado especializado em Direito Bancário pode fazer toda a diferença na hora de enfrentar os desafios do endividamento e evitar que situações como essas se tornem um problema ainda maior.
Fique esperto e procure sempre se informar com quem entende do assunto!
(*) Advogada especialista em Direito Bancário