“Eu dormi liso, acordei rico. / Apostei 50 no Tigrinho”. Os versos são de uma música do sertanejo Thiago Brava, mas poderiam ser facilmente associadas a vários influenciadores digitais.
Brava ironiza o “jogo do Tigrinho”, que se popularizou no Brasil nos últimos anos, muito por conta da atuação de blogueiras nas redes sociais.
Um dos casos veio à tona esta semana, com a prisão, a soltura e novamente a prisão da atriz e influencer pernambucana Deolane Bezerra, acusada de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais.
Por muito tempo, Deolane fez propaganda de jogos de azar, como aquele citado na música de Bravo. Uma de suas irmãs divulgou uma plataforma enquanto Deolane estava presa. A mãe das duas também é investigada e não pode falar com a filha mais velha enquanto o processo não terminar.
O Jogo do Tigrinho não é nada além de uma máquina caça-níquel online. E assim como aquelas encontradas em bares Brasil afora, também é facilmente manipulável.
Com um diferencial: agora, o dono do bar não vende a ficha, mas alguém supostamente famoso divulga e diz que mudou de vida graças ao jogo.
Acontece que nada disso é de graça. São inúmeras pessoas que denunciam os donos de plataformas por oferecerem contas fakes (falsas) para influencers terem “provas” de que os jogos valem a pena. Ou, como dizem, que “a plataforma está pagando bem”.
Deolane Bezerra e sua família provavelmente se beneficiaram dessa divulgação falsa e podem ter causado muitos prejuízos financeiros e sociais para o País para alcançar sua riqueza.
Até aqui, este texto teve dois objetivos: o primeiro é te convencer a não apostar o suado dinheiro do seu trabalho no Tigrinho.
Se ainda não consegui ser convincente, busque no Google quantas pessoas tiraram a própria vida por se endividarem após conhecerem o jogo.
O segundo é comprovar que o poder de blogueiras de influenciar pessoas na internet é real.
Por este último motivo, a Justiça Eleitoral proibiu que, em 2024, influencers recebam dinheiro para divulgar seus candidatos.
Cada pessoa, evidentemente, tem a liberdade de falar de política e expressar suas opiniões. Desde que seja gratuitamente.
Isto inclusive vale para artistas durante shows.
Agora você entende porque Pablo Marçal não pode pagar para pessoas fazerem cortes de suas entrevistas?