A rede socioassistencial no Brasil desempenha um papel fundamental na promoção de segurança alimentar e nutricional, especialmente diante dos crescentes índices de fome no País.
O II Fórum Nacional de Nutricionistas na Assistência Social, realizado no Rio de Janeiro na segunda (9) e na terça-feira (10), trouxe essas questões para o centro do debate, reunindo profissionais e especialistas da área.
Com a participação de representantes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, do Conselho Federal de Nutrição e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, o evento discutiu, entre outros temas, a regulamentação da atuação do nutricionista no SUAS e a revisão da Resolução CFN nº 600/2018.
A troca de experiências e a apresentação de boas práticas em alimentação e nutrição no SUAS reforçaram a relevância do trabalho dos nutricionistas na garantia de direitos e na promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar (2022), mais de 33 milhões de brasileiros enfrentam a fome, e cerca de 125 milhões convivem com algum grau de insegurança alimentar.
Esse cenário evidencia a urgência de políticas públicas integradas que atuem na garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA).
Nesse contexto, o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) se destaca como uma rede de proteção que oferece suporte a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade, promovendo não apenas a assistência social, mas também o acesso a alimentos que devem ser saudáveis e nutritivos.
A atuação dos nutricionistas na rede socioassistencial é indispensável, tanto na proteção social básica quanto na especial. Nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), o nutricionista desenvolve ações de educação alimentar e nutricional que visam promover a segurança alimentar, fortalecer os vínculos comunitários e contribuir para o desenvolvimento social das famílias atendidas.
Já nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), o profissional trabalha diretamente com grupos em situação de risco, integrando suas atividades a outras políticas públicas, como saúde e educação, com o objetivo de superar a insegurança alimentar e garantir o direito a uma alimentação adequada.
Além disso, em situações de emergência e calamidade pública, como desastres naturais, o papel do nutricionista é ainda mais crítico. Ele auxilia tanto no atendimento imediato das populações afetadas, garantindo refeições nutritivas, quanto no planejamento de ações para a recuperação das práticas alimentares adequadas, minimizando os impactos de longo prazo da insegurança alimentar.
Programas como a “Cozinha Solidária” são exemplos de como essas intervenções podem ser fundamentais para a mitigação da fome e o fortalecimento de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional.